Em mais uma tentativa de diminuir as taxas pagas por grandes fundos
públicos, o principal fundo de aposentadoria da Califórnia anunciou que cortará
pela metade o número de gestores. Os dirigentes do CalPERS (California Public Employees Retirement
System) afirmam que a estratégia gerará uma economia de centenas de milhões
de dólares anualmente.
Os dirigentes esperam reduzir o número de gestores de investimento de
212 para 100 ao longo dos próximos cinco anos, informa o The Wall Street Journal. Ted Eliopoulos, CIO do fundo, ganhou notoriedade
ao focar as firmas de Private Equity,
fundos imobiliários e outros veículos de investimentos que cobraram do fundo,
no ano passado, cerca de US$160 milhões. No último ano, Eliopoulos levou o
fundo a retirar seus ativos dos hedge
funds alegando os altos custos e a complexidade de manter tais
investimentos.
O tamanho e a importância do CalPERS fazem com que o fundo seja um líder
da indústria mundial, e sua luta tem feito com que outros fundos também
reconsiderem as taxas cobradas. Em Utahand, Rhode Island, custodiantes têm
sofrido pressão para reduzir os chamados investimentos alternativos, incluindo-se
aí o Private Equity e os hedge funds.
Na Pensilvânia, o governador democrata Tom Wolf assumiu o compromisso de
“acabar com as taxas excessivas cobradas pelos gestores de Wall Street.” Além
disso, um dos maiores dirigentes de fundos de pensão da cidade de Nova York – o
controlador Scott Stringer – publicou um relatório, no início deste ano, lamentando
os US$ 2,5 bilhões pagos pelos pensionistas de Nova York a profissionais de
investimentos na última década.
O assunto tem gerado discussões particularmente calorosas no estado de
Nova Jersey, que vivenciou uma “explosão” no valor das taxas em anos recentes.
Neste mês, o Senado estadual deu início a uma série de audiências públicas para
tratar da questão.
As taxas cobradas sobre os investimentos do CalPERS não são consideradas
altas em comparação aos padrões nacionais, mas Eliopoulos acredita que elas
podem ser reduzidas ainda mais. O CalPERS paga o equivalente a 0,34% dos seus
ativos, montante que os dirigentes gostariam de ver reduzido para 0,25% até
2020. Em 2014, o fundo obteve retornos de 18,4%, superando seus benchmarks.
Em 2013, um estudo realizado pela Maryland
Policy Report revelou que as taxas mais baixas giravam em torno de 0,22%
dos ativos, sendo muitas vezes ocultas. Os fundos de pensão públicos com as
maiores taxas chegavam a pagar 0,61% dos ativos a gestores de capital.
Os altos valores são um fenômeno relativamente recente. Entre 2006 e
2012, as taxas pagas pelos fundos de pensão públicos deram um salto de 30% à
medida que os gestores de ativos passaram a se dedicar a investimentos
complexos como os hedge funds, apurou
um estudo da Pew Charitable Trust.
Os mais prejudicados pela recente decisão do CalPERS devem ser os
gestores de Private Equity, cujo
número deve cair de 100 para 30, informa o The
Wall Street Journal. Os fundos imobiliários também sofrerão cortes, passando
de 51 para 15.
International Business Times