ESTARIAM OS FUNDOS DA ÁFRICA DO SUL PERDENDO BOAS OPORTUNIDADES?


Os fundos de pensão da África do Sul devem investir mais em ativos alternativos como infraestrutura e private equity, afirmou Paul Boynton, gerente da gestora Old Mutual Alternative Investments. Segundo ele, mesmo sendo ilíquidos, tais investimentos podem oferecer retornos de 3% a 4%, aproximadamente, gerando um impacto econômico positivo sobre os fundos.

 

Boyton argumenta que um levantamento da Towers Watson junto aos dezesseis maiores mercados de previdência privada do mundo sugere que, em média, menos de 25% dos recursos são direcionados aos chamados “alternativos”, que incluem ativos que não se encaixam nas categorias de ações, títulos ou moeda.

 

Segundo ele, estima-se que entre 5% e 7% dos ativos de fundos de pensão de mercados desenvolvidos estejam alocados em private equity e 2% a 3% em infraestrutura. “Mundialmente, a infraestrutura é a classe de ativos alternativos que mais cresce. ” Já os fundos de pensão australianos, pioneiros no segmento, possuem, em média, 7% dos ativos alocados em infraestrutura.

 

Boyton observa que as instituições da África do Sul estão, em geral, pouco comprometidas com investimentos em ativos alternativos e private equity. A Public Investment Corporation (PIC), através do Government Employees Pension Fund (GEPF), bem como outros fundos de pensão estatais, possuem alocações em alternativos, mas na indústria como um todo a exposição ainda é praticamente inexistente. Um dos motivos seria a falta de liquidez desses investimentos.

 

Segundo o especialista, quando um fundo de pensão investe em private equity ou infraestrutura, pode estar selando um compromisso de até 15 anos. “Trata-se de um investimento sério e de longo prazo”, salienta. O risco também é um fator a ser considerado, embora cada fundo possua um perfil de risco diferente que pode variar conforme as especificidades dos projetos.

 

“Será que o mercado institucional sul-africano está avaliando essas oportunidades adequadamente? Por experiência própria, podemos dizer que os nossos fundos trouxeram resultados bastante positivos. ”

 

Um fundo que obteve muito sucesso ao incorporar ativos alternativos ao portfólio foi o Yale Endowment Fund. O atual CIO, David Swenson, assumiu o cargo em 1985 e, desde então, o patrimônio saltou de US$1 bi para US$ 25 bilhões.

 

Na África como um todo, o Banco Mundial estima serem necessários US$ 95 bilhões em investimentos anuais em infraestrutura ao longo dos próximos dez anos. Boynton acredita que os governos, organizações bilaterais e multilaterais poderão contribuir com mais da metade dos recursos, restando um déficit de US$ 40 bilhões. Trata-se de uma lacuna que poderia ser preenchida pela indústria de investimentos de longo prazo, assinala. 

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