A classificação de crédito de Chicago corre risco caso a cidade
não consiga aumentar o nível de fundeamento de dois de seus fundos de pensão a
partir deste ano, informou a S&P
Global Ratings.
O alerta foi
feito após o governador do estado de Illinois, Bruce Rauner, ter vetado, na
semana passada, o projeto de lei que permitiria que o governo local aumentasse
os aportes aos planos municipais de aposentadoria ao longo dos próximos cinco
anos. A decisão visava impedir que os fundos ficassem insolventes dentro de 10
anos.
“Ações em tempo
hábil para garantir o financiamento do sistema previdenciário são cruciais para
a estabilidade orçamentária da cidade”, declarou a S&P, acrescentando que o
adiamento do aumento das contribuições previdenciárias para além de 2017 ‘pode
levar à deterioração da classificação de crédito”.
As classificações
de crédito da terceira maior cidade dos EUA vêm caindo, em grande parte, devido
ao volume de passivos previdenciários em descoberto, que no final do exercício
de 2015 chegou a US$ 33,8 bilhões.
A S&P
revisou a perspectiva da classificação BBB+ dos títulos de Chicago de negativa
para estável em outubro, citando a aprovação de um imposto sobre água e esgoto
para arrecadar dinheiro para o seu maior fundo de pensão.
A cidade também
aumentou a tarifa telefônica a fim de dar suporte financeiro adicional ao fundo
de pensão dos trabalhadores municipais. Molly Poppe, uma porta-voz do município,
declarou que os recursos estão sendo depositados em um fundo de custódia até
que possam ser utilizados no pagamento de benefícios.
O governador
republicano declarou a repórteres na segunda-feira que na proposta de auxílio
financeiro aos planos de aposentadoria falta a reestruturação dos custos
básicos do sistema; caso contrário, serão necessários novos aportes volumosos a
partir de 2023.
A S&P disse
que provavelmente haverá votos suficientes para derrubar o veto do executivo
devido ao forte apoio bipartidário à medida. Contudo, a cidade necessitará de
recursos adicionais para o sistema a partir de 2023.
“Acreditamos
que a cidade tomará medidas tangíveis para enfrentar as pressões previdenciárias
de curto prazo, mas na ausência de medidas adicionais para garantir a sustentabilidade
dos planos, a estabilidade do rating
de crédito pode estar com os dias contados”, disse a agência de classificação
de risco.
Reuters