As indústrias alemãs deveriam ser livres
para introduzir a inscrição automática em qualquer fundo de pensão setorial,
argumentam Peter Hanau, professor da Universidade de Colônia, e Marco Arteaga,
advogado do escritório DLA Piper.
As empresas também deveriam poder fazer
uso de veículos de poupança existentes, ocasionalmente previstos em acordos
coletivos, isentando-se, assim, da criação de novos planos setoriais.
Os
argumentos foram levantados num estudo de autoria de Hanau e Arteaga publicado
recentemente pelo BMAS, o Ministério do Trabalho da Alemanha.
O
estudo foi encomendado pelo BMAS em dezembro do ano passado para subsidiar uma
proposta do ministério que visa à introdução de planos de pensão setoriais no
país - os quais vêm sendo chamados de planos - §17b em referência ao parágrafo
da minuta da legislação que viria a cria-los.
No
estudo de noventa páginas, os especialistas vão ao encontro do que argumenta o ministério,
ou seja, que os programas setoriais poderiam ajudar a aumentar o número de
participantes nos planos de previdência, em especial se a inscrição automática for
introduzida.
Entretanto,
os especialistas discordam da proposta do ministério em se tratando da criação
de veículos de poupança especificamente voltados para setores ou indústrias
inteiras.
Eles
afirmam que os veículos existentes, incluindo os Pensionskassen, Pensionsfonds
e Direktversicherungen - esses
últimos característicos do mercado securitário - poderiam continuar a servir
como planos de pensão para as empresas que optem por aderir a fundos setoriais.
Todos
os planos criados no âmbito do novo regime deverão ser da modalidade de Ambição
Definida, que prevê um beneficio básico somado a eventuais acréscimos.
Ademais,
os benefícios devem estar protegidos contra a insolvência do empregador por um
fundo segregado dentro do esquema garantidor atual (PSV).
A
indústria previdenciária alemã ainda está em fase de elaboração da proposta, mas
a associação que representa os
provedores de benefícios - ABA - já mostrou-se favorável ao rumo dos debates e
à criação de possíveis incentivos fiscais para os planos do segundo pilar.
Heribert
Karch, presidente da ABA, disse ser positivo que o estudo aponte para o
“aumento da institucionalização ao invés da individualização”.
Ele
também vê com bons olhos a proposta que prevê a introdução da inscrição
automática nos planos setoriais, já que as empresas “poderão inscrever grupos
inteiros de pessoas nos programas sem que haja a necessidade de qualquer
controle estatal”.
“É
impossível aumentar a participação de indústrias e empresas na previdência
complementar se a regulação for muito complexa para as organizações de médio
porte ou se os empregados tiverem que lidar com a possibilidade de resgatar, no
futuro, apenas aquilo que contribuíram”, acrescentou.
De
acordo com Karch, o estudo sobre incentivos fiscais encomendado pelo BMAS no início
do ano passado para ajudar a aumentar a participação de pequenas e médias
empresas no segundo pilar é o “primeiro passo” rumo à simplificação.
Os
autores - acadêmicos da Universidade de Würzburg, incluindo-se aí o professor
Dirk Kiesewetter - afirmam que as empresas com menos de vinte funcionários deveriam
ter desconto nos gastos previdenciários.
Eles
também recomendam fortemente que o governo realize campanhas de conscientização
para elevar o conhecimento de indivíduos e empresas acerca da previdência
complementar.
IPE