No ano passado, os
fundos soberanos foram alçados a uma posição de destaque entre os grandes players globais que apostam no mercado
indiano, sinalizando o aumento da confiança desses investidores na economia do
país.
Dados do governo
indicam que os investimentos dos Foreign Institutional
Investors (FII) ou investidores institucionais estrangeiros - como fundos
de pensão e fundos soberanos - em papéis indianos chegou a 16% em dezembro de
2013 contra 9% em maio do mesmo ano. De acordo com o Securities and Exchange Board of India (SEBI), em termos absolutos,
o aumento foi de US$14 bilhões.
Nos últimos seis
meses, em especial, os FII têm elevado progressivamente a sua exposição à renda
variável, trazendo ânimo ao mercado, que vê a entrada de recursos como estável
e duradoura.
Os fundos de pensão
e fundos soberanos estão migrando de países como China, Coreia do Sul, Rússia e
Brasil graças à melhora da economia. “O aumento da entrada de recursos
provenientes desses fundos é uma mudança bem vinda para o mercado acionário
indiano. Como são investimentos de longo prazo, eles deverão acarretar em maior
estabilidade para o mercado”, afirma Sunil Singhania, CIO da gestora Reliance MF.
Tais investidores não
parecem preocupados com os resultados das eleições, marcadas para abril-maio.
Segundo UR Bhat, Diretor-Gerente da Dalton
Capital Advisors, empresa que presta consultoria aos FII, os fundos olham
para um horizonte bem mais longínquo, cujo enfoque principal é o
desenvolvimento da economia. Os fundos de investimento focados em mercados
emergentes (Global Emerging Market - GEM)
vivenciaram uma evasão de capitais de aproximadamente US$30 bilhões nos últimos
seis meses, período em que a Índia recebeu cerca de US$10 bilhões em
investimentos.
“Os déficits fiscal
e de conta corrente melhoraram. Ao mesmo tempo, a maioria das economias
emergentes vem lutando contra seus
próprios problemas. Eu diria que a Índia, de maneira geral, está melhor do que as
demais”, declara Pratik Gupta, diretor gerente da Deutsche Equities India.
“Grande parte dos
recursos vem de fundos de pensão e fundos soberanos que já têm exposição ao
mercado indiano”, observa o executivo de uma asset manager internacional que prefere não ser identificado. “Não
temos visto novos investidores entrar no mercado”, conclui.
Fundos soberanos
como a Autoridade de Investimentos de Abu Dhabi (Abu Dhabi Investment Authority), a Autoridade de Investimentos do Kuwait
(Kuwait Investment Authority) e o
fundo soberano norueguês são alguns dos grandes investidores do mercado
indiano. A Abu Dhabi Investment Authority
detém 2,47% da InfosysBSE e 1% da Larsen & Toubro; já a Kuwait Investment Authority possui 1,62%
da Sadbhav Engineering, e o Bank Norges, que administra o fundo
soberano da Noruega, acaba de elevar a sua participação na empresa Indian Hotels para 5%.
Economic Times