A
República de Gana solicitou a ajuda da Suíça para lidar com uma série de
desafios de natureza organizacional relacionadas à implantação do novo sistema
previdenciário de três pilares. A consultora suíça HSP foi a indicada pelo
governo de seu país para dar a assistência necessária às autoridades ganenses
na implantação da estrutura de supervisão.
A
nova legislação aprovada pela nação africana criou um novo órgão central de
supervisão denominado National Pensions
Regulatory Authority (NPRA), que contará com um conselho composto por representantes
do governo e parceiros sociais. Jaap van Dam, sócio da HSP, afirma que “a
organização ainda é jovem e, portanto, sua capacidade é limitada, o que impõe
dificuldades à implantação eficaz e em ritmo adequado da reforma”.
O
consultor acrescenta que além de assuntos de natureza organizacional como sede,
corpo de funcionários, comunicação e financiamento, a NPRA terá que lidar com
diferentes interpretações das novas leis e regulações. “Um grande desafio será,
sem dúvida alguma, o fato de o mercado de ações em Gana ser jovem, o que
significa que ainda não há muitas oportunidades de investimento”, afirmou van
Dam à IPE. Até agora, o Social Security & National Insurance
Trust (SSNIT), criado em 1972 para administrar o primeiro pilar, detém o
posto de maior investidor do país, aplicando especialmente em imóveis e
empresas locais.
Em
2010, a nação africana de 25 milhões de habitantes deu início a uma reforma
previdenciária, aprovada em 2008, que prevê a introdução de um sistema de três
pilares. O segundo pilar é obrigatório para todas as empresas com empregados
formalizados. O país vinha estudando diferentes sistemas previdenciários ao
redor do mundo, mas acabou encontrando no modelo suíço a sua maior fonte de
inspiração.
Em
2009, uma comitiva de representantes ganenses esteve no país europeu e em
seguida veio o convite para que o governo suíço ajudasse a fortalecer a NPRA.
Foram então elaborados dois relatórios: o primeiro sobre o sistema ganense, de
autoria da Mercer, e o segundo sobre as necessidades mais urgentes da NPRA, que
ficou a cargo da PwC. Com base em ambos os diagnósticos, a agência de
supervisão africana e o Ministério de Assuntos Econômicos da Suíça desenharam
um projeto com duração de três anos, a começar por 2014, cujo objetivo é
fortalecer o órgão de supervisão e aprimorar a sua estrutura interna.
IPE