As empresas que
compõem o índice FTSE 100 vem fugindo do provimento de benefícios baseados no
salário final diante do aumento de déficits e crescente pressão sobre os
patrocinadores.
Uma análise das
demonstrações financeiras dos empregadores constantes no índice revela que o
custo com o pagamento de planos BD caiu 13%, chegando a £7,2 bilhões no final
do exercício, em junho. No ano anterior, já havia sido registrada uma queda de
10% segundo informações da consultoria JLT
Employee Benefits.
Apenas 23 companhias do índice FTSE
100 ainda oferecem planos BD aos funcionários, disse a consultoria. Os planos
pagam benefícios proporcionais ao salário final dos colaboradores. Embora o
número tenha se mantido inalterado no último ano, a expectativa é que ele venha
a ser reduzido no futuro próximo, já que muitas empresas têm dado sinais de que
pretendem recuar na manutenção desses arranjos.
Somente 58 empresas do FTSE 100
ainda oferecem benefícios BD “para um número limitado de funcionários”, contra
55 no ano passado e 66 em 2013.
“Temos observado o fechamento dos
planos BD das empresas privadas no Reino Unido”, afirma Charles Cowling,
diretor na JLT Employee Benefits. “Mesmo
entre as companhias do FTSE 100, cada vez menos empresas oferecem planos BD aos
empregados.”
Tesco, United Utilities e Royal Mail são apenas algumas das empresas que pretendem fechar
seus planos BD ao acúmulo de direitos futuros. O custo dos benefícios subiu
drasticamente devido ao aumento da longevidade e aos baixos retornos dos
títulos públicos, resultando no crescimento dos passivos.
Em um número substancial de empresas
do FTSE 100, o plano de pensão oferece risco material aos negócios, informa a JLT.
“Cinco dessas empresas já acumulam passivos previdenciários que superam o seu
valor de mercado.” Na International Airlines Group, BAE Systems e RSA, por exemplo, o
valor total das obrigações é quase o dobro do valor de mercado.
O déficit dos planos de pensão das companhias
que compõem o índice saiu de £19 bilhões para £78 bilhões no último ano fiscal,
com o valor das obrigações passando de £577 bilhões para £614 bilhões no
período, diz a JLT.
Dentre as dezesseis
empresas que divulgaram passivos previdenciários superiores a £10 bilhões, a
“ganhadora” é a Royal Dutch Shell com
obrigações da ordem de £62 bilhões.
De acordo com a pesquisa, entre as
empresas dos índice, o grupo de telecomunicações BT foi o responsável por fazer
o maior aporte ao plano no ano passado, o equivalente a £800 milhões.
Segundo o centro de pesquisa The Pensions Institute, aproximadamente
mil planos de pensão privados, incluindo 25 dos maiores do país, tem “alta probabilidade”
de não pagarem a integralidade dos benefícios devidos no futuro.
Financial Times