FUNDOS DINAMARQUESES AGORA SÃO OBRIGADOS A REPORTAR O USO DE HEDGE FUNDS


A Autoridade de Serviços Financeiras da Dinamarca vai exigir que os fundos de pensão produzam relatórios trimestrais sobre investimentos alternativos a fim de poder monitorar o uso de hedge funds, exposição ao private equity e projetos de infraestrutura. A decisão foi tomada após os fundos de pensão demonstrarem que não têm condições de mensurar adequadamente os riscos de suas estratégias de investimento, informou a FSA.

O ‘aperto’ regulatório da indústria de US$ 500 bilhões em ativos acontece num momento em que a Dinamarca, país com o melhor sistema previdenciário do mundo, lida com riscos inerentes a um sistema que deverá ser introduzido na União Europeia em 2016. As novas regras permitirão que os fundos de pensão do continente invistam seguindo o princípio da pessoa prudente ao invés de limites quantitativos. Na Dinamarca, a abordagem já mostrou-se problemática, afirmou Jan Parner, diretor adjunto de Planos de Pensão da FSA.

“Os fundos estão se preparando para se libertar dos limites quantitativos, mas o problema é que ainda não há clareza sobre o que venha a ser investimento prudente”, afirmou Parner, em entrevista. “O desafio para os supervisores europeus é explicar para a indústria o que são os investimentos prudentes antes que a imprudência acabe nos balanços financeiros.”

A Dinamarca, que possui quase dois anos de experiência com a abordagem, implantada em 2012, diz que a falta de diretrizes claras leva à má interpretação da regra à medida que as empresas tentam ‘inflar’ os retornos.

O país tem dito à indústria, que pela terceira vez consecutiva foi tida como a melhor do mundo segundo o Melbourne Mercer Global Pension index, para assumir uma postura mais conservadora perante os investimentos realizados dentro do modelo da “pessoa prudente”.

“Há a preocupação de que os fundos estejam subestimando os riscos subjacentes, acumulando concentração em determinadas áreas e ficando expostos ao risco de crédito, que é cíclico e novo para os fundos”, disse Parner. 

Os fundos de pensão possuíam 152 bilhões de coroas (US$ 26 bilhões) no final de 2012, ou cerca de 7% de seus balanços financeiros investidos em ações ou outros ativos vendidos em mercados que a FSA caracterizava como ilíquidos, pouco robustos ou transparentes. A agência afirmou que os fundos precisam levar esses riscos mais a sério; por isso, os relatórios passarão a ser obrigatórios já a partir do terceiro trimestre do ano que vem. 



Bloomberg
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