O governo russo decidiu congelar as
contribuições feitas aos fundos de pensão de gestão privada pelo terceiro ano
consecutivo, revelou, nesta quarta-feira, a publicação Vedomosti.
Segundo o jornal, o
primeiro ministro Dmitry Medvedev informou os parlamentares do partido de
situação, United Russia, sobre a
decisão, acrescentando que o assunto deverá ser debatido mais a fundo com o
presidente Vladimir Putin.
A medida traria uma
economia de 344 bilhões de rublos ao orçamento de 2016 (US$ 5,23 bilhões) ao
reduzir os subsídios necessários ao Fundo de Pensão Estatal, que receberia os
recursos extras.
O movimento viria como
uma derrota para os liberais do governo, que apoiam a parcela capitalizada do
sistema previdenciário por entenderem que ela ajuda a desenvolver o fraco
mercado de capitais do país, além de reduzir o fardo fiscal de longo prazo do
sistema previdenciário.
De acordo com a
publicação, uma fonte anônima teria dito que o congelamento dos aportes seria
uma “golpe duplo” para a economia, já que aumentaria os custos dos empréstimos
tanto para o governo quanto para as empresas ao reduzir os recursos disponíveis
no mercado de capitais.
O orçamento russo
enfrenta um imenso déficit em função dos baixos preços do petróleo e o Kremlin
busca alternativas aos impopulares cortes nos benefícios em pagamento.
“Acabamos
num Zugzwang” disse o ex-ministro da
Fazenda Alexei Kudrin fazendo referência a um termo oriundo do xadrez. “Qualquer
movimento que fizermos vai piorar a situação.”
Reuters