Foi somente em 1995 que Hong Kong aprovou a lei que criou seu fundo de
pensão. Desde então, a referida lei não passou por qualquer tipo de revisão ou
adequação. Nesse quesito, não há dúvidas de que a cidade “ficou para trás” em
relação a outras economias emergentes.
Olhando para o futuro, o primeiro ministro de Cingapura, Lee Kuan Yew, por
exemplo, contribuiu para que a cidade-estado estabelecesse o Central Provident Fund em 1953. A China,
por sua vez, criou seu fundo de pensão em 1951.
Tanto China quanto
Cingapura colocaram seus fundos de pensão nos mercados financeiros, permitindo
que eles tirassem proveito do desenvolvimento econômico dos respectivos países.
Como resultado, os fundos de pensão vêm gerando retornos estáveis e de longo
prazo. Em contrapartida, o crescimento econômico de Hong Kong atingia o seu
nível máximo quando as autoridades locais decidiram criar o fundo de
aposentadoria.
O Mandatory Provident Fund (MPF) foi lançado em 2000, no auge da
bolha tecnológica. O timing não
poderia ser pior. O mercado manteve-se em alta até 2003, atingindo um novo pico
em 2007, o qual foi sucedido pela crise financeira que durou oito anos.
Embora a performance de longo prazo do fundo não
seja ruim, o fato é que a maioria dos investidores do MPF viu suas carteiras
manterem-se no mesmo nível que se encontravam quando foram criadas.
As medidas adotadas
pela China para abrir ainda mais o seu mercado e internacionalizar a moeda
podem ajudar os mercados de ações em ambos os lados da fronteira a ganhar momentum, gerando retornos estáveis para
os investidores em longo prazo.
Enquanto isso, em Hong
Kong, os níveis de participação no sistema entre os indivíduos acima de 65 anos
caíram consideravelmente. Acredita-se que o fundo de pensão seja um dos
culpados pela tendência.
Nos países da OCDE, a
participação da força de trabalho na referida faixa etária caiu de 19%, em
1960, para 6% em 2010. Os níveis de participação também estão em queda no
sudeste asiático, no Oriente Médio e no sul da Ásia, ainda que em ritmo menos
acelerado.
Atualmente, as idades
médias de aposentadoria variam entre 55 e 62 anos ao redor do mundo. Muitos
países têm elevado as idades mínimas devido ao aumento da expectativa de vida.
Em 2010, o trabalhador médio
vivia 18 anos após se aposentar. Em 2050, ele viverá 20 anos ou mais. A maioria
das pessoas considera a possibilidade de trabalhar por mais tempo diante da
expectativa de viver mais após a aposentadoria.
A proporção de gastos
com a aposentadoria em relação ao PIB também continua a aumentar globalmente.
Tal proporção era de 3,8% em 1960, passando a 9,6% em 2030.
Os países têm procurado
lidar com os aumentos nos custos com saúde em meio ao envelhecimento cada vez
mais acentuado de suas populações. O governo de Hong Kong também precisa
dedicar mais recursos à construção de casas de repouso e outras instalações
voltadas à população idosa.
As expectativas do Renminbi
A inclusão do Renminbi na
cesta de moedas do FMI têm gerado especulações acerca da valorização do yuan.
Contudo, acreditamos que em curto prazo haja um risco considerável de
desvalorização.
A expectativa crescente
acerca do aumento das taxas de juros pelo FED americano geraria uma fuga de
capitais dos mercados emergentes, com consequente impacto negativo sobre o
yuan. Os bancos centrais não têm a necessidade imediata de acumular ativos
denominados em moeda chinesa, tampouco os gestores de investimento passarão a
comprar ativos em yuan imediatamente após a decisão do FMI.
Na última terça-feira,
o banco central chinês informou que o objetivo de longo prazo é que a moeda
flutue conforme a oferta e a demanda, o que caracteriza uma mudança em relação
à política intervencionista atual.
O vice-presidente do
banco, Yi Gang, também deu a entender que há espaço para a ampliação de uma “via
de mão dupla” de comércio entre o Renminbi e o dólar estadunidense.
Artigo de Paul Pong Po-Lam, fundador e
diretor-gerente da Pegasus Fund Managers
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