Há três
anos, o governo da Polônia apoderou-se de US$ 39 bilhões em títulos mantidos pelos
fundos de pensão do país e proibiu-os de comprar mais papéis.
Agora, uma reforma na indústria
anunciada pelo novo governo pretende por um fim à restrição, além de aumentar a
demanda por títulos públicos, que neste ano têm registrado um dos melhores desempenhos
dentre os mercados emergentes.
Pawel Borys, ex-banqueiro que está
ajudando o vice-premiê Mateusz Morawiecki a elaborar a reforma previdenciária,
afirmou que cerca de 40% dos US$ 31 bilhões em ativos sob gestão nos fundo de
pensão poderão ser alocados em títulos poloneses.
A compra pelos fundos seria muito
positiva para o governo, que tenta reduzir a detenção dos títulos por
investidores estrangeiros com o intuito de proteger a nação de choques nos
mercados globais. O mercado de títulos polonês, estimado em US$ 247 bilhões, é
o maior da Europa Oriental, maior até do que os mercados de Suécia e Noruega
combinados.
Mas a reforma não é assim tão boa para
os mercados de capitais do país. A proposta é desprover doze fundos de pensão
de gestão privada, incluindo o Nationale-Nederlanden
NV, MetLife Inc. e Aviva, de cerca de um quarto de seus ativos, reestruturá-los,
e tornar as contribuições ao sistema voluntárias. A reforma irá proteger as carteiras
de ações dos fundos de quaisquer 'saídas repentinas', disse Borys, embora
maiores detalhes sobre plano ainda não tenham sido divulgados.
Os fundos de pensão privados eram os
maiores investidores em títulos poloneses denominados em moeda local até 2014,
quando o governo cancelou e anulou a propriedade dos papéis num esforço para
reduzir a dívida pública. O movimento deixou os fundos de pensão alocados quase
que integralmente no mercado de ações local, elevando os riscos para a poupança
de 16 milhões de pessoas.
A nova reforma, cujos detalhes devem
ser anunciados no meio do ano, dará aos poloneses a opção de escolher entre
fundos com diferentes estratégias de investimento. O governo também está
elaborando incentivos fiscais para atrair contribuições de empregados e
empregadores ao sistema na tentativa de elevar as taxas de investimento de
longo prazo.
Pensions & Investments