O
fundo de pensão holandês ABP disse que apoia a iniciativa do PFZW, entidade que
atende aos funcionários do setor de saúde do país, de impor penalidades aos gestores
de investimento por meio da redução das taxas de performance caso o desempenho fique aquém do esperado.
O
maior fundo de pensão da Europa disse que dará todo o suporte à busca por maior
equilíbrio dos níveis de compensação dos gestores externos. A declaração veio
logo após entrevista de Peter Borgdorff, diretor do PFZW, ao jornal Financieele Dagbla, na qual declara que
a má performance deveria gerar consequências financeiras para o gestor.
O
ABP diz que trabalhará em conjunto com o PFZW na realização das mudanças,
embora saliente que as mesmas poderão ter consequências negativas. “Reconhecemos
que há riscos inerentes à aplicação das penalidades. Pode ser, por exemplo, que
os gestores de ativos não queiram mais trabalhar conosco”, declarou um
representante do fundo.
O
fundo também afirma que já considerou todas a possibilidades em relação aos
contratos firmados com os gestores externos. “Os contratos preveem taxas de performance sobre os retornos por um
determinado número de anos, de forma que quando houver um desempenho ruim, o
mesmo deverá ser compensado antes que o gestor tenha direito à referida taxa.”
O
ABP também questiona se as penalidades são a melhor alternativa para alcançar o
tão desejado equilíbrio nos investimentos. “A punição dos gestores não é
necessariamente a melhor opção para chegarmos ao equilíbrio. O alinhamento dos
mandatos com os objetivos do fundo poderia ser uma alternativa mais eficaz.” O
fundo observa ainda que as taxas estão associadas a desempenhos superiores às
metas, e que os gestores terão que fazer mais do que simplesmente ‘surfar nas
ondas grandes de um mercado favorável’.
Para
Michel Thomas, diretor do PensPlan Invest,
fundo responsável pela gestão de benefícios de planos públicos do sul da
Itália, antes de penalizar os gestores, os fundos poderiam recorrer a outras
alternativas, como a formalização das críticas perante os conselhos, remoção de
parte dos mandatos ou exclusão dos profissionais de investimento. “Sob forte
pressão, é possível que muitos gestores melhorem seu desempenho”, salienta o
executivo. “Mas, em todo caso, eu preferiria simplesmente colocar meus ativos
nas mãos de outro profissional”, conclui.
IPE