PUTIN OBRIGA FUNDOS A INVESTIR EM TÍTULOS


O governo do presidente Vladimir Putin está forçando os fundos de pensão a comprar mais títulos corporativos quer eles queiram ou não. E a verdade é que muitos não querem.

Num esforço para compensar a falta de investimento estrangeiro acarretada por sanções internacionais, o governo russo está direcionando os ativos de fundos de pensão para as debêntures ao reduzir pela metade o limite que as entidades podem investir em depósitos bancários. Segundo os gestores previdenciários, a preferência pelos depósitos se deve ao elevado risco dos títulos corporativos.

“Temos certeza de que o Estado viria ao auxílio dos bancos caso fosse preciso. Em contrapartida, não temos certeza de que o governo teria condições de nos ajudar a lidar com o default de empresas se por ventura a situação econômica se agravar”, afirma Natalya Chuykova, vice-presidente da OAO Elektroenergetiki, asset manager moscovita com US$ 1,3 bi sob gestão.

Entre os investidores, é grande a apreensão em investir até mesmo nas empresas russas que não são alvo das sanções norte-americanas à medida que os baixos preços do petróleo bruto empurram a economia, que é dependente das exportações de petróleo, para a recessão.

O valor das debêntures subiu 9 pontos percentuais durante a crise do rublo no ano passado, tendo caído, neste ano, cerca de 5 pontos percentuais de acordo com o índice de títulos da Uralsib Financial Corp., de Moscou.

O governo russo tem utilizado os ativos dos fundos de pensão para estimular a economia, tendo devolvido, no segundo trimestre, cerca de um terço dos recursos da indústria, cujo patrimônio é de US$ 25 bilhões. O dinheiro permaneceu congelado por 18 meses durante a crise econômica. 



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