O ‘imposto sobre morte’ incidente sobre as
pensões deve ser abolido, anunciou o chanceler britânico George Osborne.
Atualmente, o governo fica com 55% da poupança previdenciária quando o montante
não é deixado para o marido, esposa ou filhos menores de 23 anos.
Osborne pretende acabar com a penalidade já
a partir de abril, num movimento que beneficiaria centenas de milhares de
pessoas a cada ano. Aqueles que herdarem um fundo de aposentadoria serão
tributados pela tabela do IR ao sacar os recursos ao invés de pagar o imposto
de 55%.
Um pai de família que morra aos 77 anos
deixando £20.000 em poupança previdenciária acabaria, hoje, com apenas £9.000. Com
a reforma, os herdeiros receberiam os £20.000, que poderia ser sacados de
diferentes formas, estando sujeito à tributação somente os montantes sacados.
Segundo outra mudança, aqueles que sacarem
parte da poupança de aposentadoria também deixarão de ser penalizados. No
momento, os que morrem antes dos 75 só podem deixar a poupança previdenciária
para os herdeiros, isenta de impostos, caso não tenham feito saque algum de
recursos. “A não aplicação da taxa de 55% para os que morrerem antes dos 75
anos ajudará as famílias de baixa e média renda”, afirmou Osborne.
A especialista previdenciária Ros Altman elogiou
o final do imposto ‘draconiano’ de 55%, considerando a notícia muito boa para
os poupadores e suas famílias. “As invés de terem que pagar um imposto punitivo
de 55%, os participantes poderão deixar os recursos acumulados em suas contas
de aposentadoria para os seus entes queridos, isentos de taxas.”
“Aqueles que herdarem os fundos de pensão
poderão escolher mantê-los, isentando-os de impostos, ou talvez tributá-los
segundo a tabela do Imposto de Renda e utilizar os recursos na compra de um
imóvel ou no pagamento dos estudos”, acrescentou Altman.
A especialista afirmou ainda que “os
aposentados terão um incentivo real para manter o dinheiro nos fundos de
pensão, agora que a ameaça do imposto de 55% está sendo removida. Isso torna a
poupança previdenciária mais atrativa do que nunca”.
A mudança é parte de uma série de reformas
que retirou, ainda, a obrigatoriedade de compra, no ato da aposentadoria, de
uma anuidade que garanta uma renda mensal vitalícia. As anuidades não podem ser
transferidas para herdeiros. Altman acredita que a nova mudança é mais um
motivo para se evitar a compra das anuidades, que, em geral, têm oferecido uma
relação custo beneficio pouco vantajosa para os compradores.
Daily Mirror