Um grupo de fundos de pensão adquiriu 10% da empresa ferroviária Eurostar. Governo britânico vendeu sua participação na companhia por 585.1 milhões de libras

O acordo, que veio ao encontro da meta do Chanceler George Osborne de promover os fundos de pensão britânicos como financiadores da infraestrutura no país, é parte da estratégia de privatização desenhada pelo governo para reduzir a dívida nacional. “Investir em infraestrutura de qualidade na Grã-Bretanha, valorizar o dinheiro do contribuinte e lidar com a dívida do nosso país são aspectos importantes do nosso planejamento de longo prazo. Nesse acordo conseguimos alcançar esses três objetivos”, afirmou Osborne. 

Os fundos envolvidos terão uma participação conjunta de 10%. O grupo inclui o fundo de pensão britânico do banco Santander, que ficou com um terço da participação, o fundo de pensão da BT, que ficou outro terço, além de diversos fundos corporativos e municipais que abocanharam a parcela restante.
O Reino Unido possui atualmente 40% da companhia, enquanto a operadora ferroviária estatal francesa  SNCF tem 55%, e a belga SNCB, 5%.

Após a transação ter sido completada, os fundos de pensão terão 10%, a SNCF manterá seus 55%, a SNCB, 5% e o gigante previdenciário canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPO) terá 30%. O investimento está sendo conduzido pela Hermes e pela gestora do plano BT, devendo ser concluído até o final de junho.

Hamish DeRun, sócio da Hermes Investment Management, afirmou que esses foram os primeiros ativos diretos em transporte do fundo, os quais se incluem na estratégia de geração de valor, dando aos investidores exposição a ativos associados ao crescimento do PIB. “A parceria com a CDPO fez todo o sentido porque eles possuem muita experiência em ativos de transporte”, afirma DeRun.

Antony Barker, chefe da área previdenciária do Santander, disse: “Somos investidores do fundos da Hermes, mas também apoiamos a transação via nosso programa de contas segregadas, de forma que temos hoje pouco mais de 4% da companhia. “Trata-se de um bom negócio. Teremos um novo leque de ações e uma franquia que se estende através da França até os resorts de esqui e a costa sul do país. Isso, associada à revitalização da estação de Kings Cross, deverá fazer com que a demanda não pare de subir.”