A unidade energética da Votorantim SA tem se reunido com fundos de
pensão e fundos soberanos para criar no Brasil uma empresa de geração de energia
eólica, solar e hidroelétrica, dizem fontes familiarizadas com o assunto.
A unidade conhecida
como Votorantim Energia SA entrou em contato com o Conselho de Investimento do
Plano de Pensão do Canadá (Canada Pension
Plan Investment Board – CPPIB) para tratar da criação de uma plataforma
integrada de energia limpa, disseram as fontes. A Votorantim Energia também tem
mantido conversas com o fundo soberano de Cingapura (GIC), além de vários
fundos de pensão estadunidenses, embora não os tenha identificado, alegam as
referidas fontes.
A empresa estaria
interessada no desenvolvimento de projetos novos e já em andamento, deixando
claro que eventuais aquisições ou a obtenção de licenças governamentais não seriam,
no primeiro momento, uma prioridade. Nenhuma das fontes revelou o valor
estimado do negócio ou sinalizou que um acordo estaria prestes a ser fechado.
A iniciativa conjunta visaria
tirar proveito do crescente interesse internacional por energias limpas e
renováveis no Brasil na medida em que o governo vai reduzindo gradativamente os
subsídios às indústrias de carvão e combustíveis fósseis, fazendo com que as
empresas se adaptem à eletricidade sustentável.
O conglomerado
Votorantim, maior grupo industrial do Brasil, dobrou seus projetos na área de
geração de energia a fim de diversificar suas atividades, concentradas em
metais básicos, cimento, celulose e siderurgia.
Os projetos de geração
de energia limpa costumam promover retornos estáveis e fluxos de caixa
eficazes, objetivos perseguidos tanto pelos fundos de pensão quanto pelos
fundos soberanos.
Diferentemente das
grandes economias, a rede elétrica do Brasil depende fortemente da energia
renovável, com quase dois terços da capacidade instalada advindos de grandes e
pequenas represas hidroelétricas e outros 15% de biomassa e parques eólicos.
Contudo, vários anos consecutivos
de secas mais intensas têm forçado o governo e os investidores a repensar a
dependência do país na eletricidade gerada pelas hidrelétricas ao mesmo tempo
em que faz acelerar o processo de substituição dos combustíveis fósseis, disse,
em maio, o ministro do Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.
“Certamente,
oportunidades em longo prazo para empresas como essa parecem surgir diante das
mudanças nas políticas em curso”, observou uma das fontes que prefere não ser
identificada.
Reuters