A Autoridade
de Mercados Financeiros holandesa (Financial
Markets Authority - AFM) afirmou que os fundos de pensão não devem se
limitar apenas a citar os custos com a gestão de ativos em seu relatórios
anuais, devendo incluir também o detalhamento dessas despesas.
Recentemente,
a AFM e o banco central do país (De
Nederlandsche Bank - DNB) conduziram uma análise dos relatórios anuais de cinquenta
fundos de pensão e chegaram à conclusão de que seria “quase impossível” avaliar
a relação entre os referidos custos e os parâmetros de risco e retorno.
A AFM,
responsável pela supervisão da comunicação dos fundos de pensão, destacou o
impacto desses gastos sobre os custos totais dos planos, salientando, ainda,
que os relatórios anuais impossibilitam estipular qualquer padrão de
correlação.
A
agência também recomendou que os fundos de pensão tornem os custos mais
transparentes por meio do detalhamento de cada classe de ativos, além de
demandar maior clareza no que tange aos retornos brutos e líquidos, bem como aos
custos estimados dos investimentos.
O ente
supervisor salientou ainda a necessidade de reporte dos custos de transação, em
especial por parte dos planos de pequeno e médio portes.
A AFM informou
que o assunto permanecerá em sua agenda, bem como na pauta do DNB. Uma nova
pesquisa para avaliar os custos e sua relação com os riscos e retornos deverá
ser realizada no segundo semestre.
A
Federação de Fundos de Pensão Holandesa manifestou forte descontentamento com a
recomendação. Segundo a entidade, o detalhamento deve constar nas cartas enviadas
aos participantes e nas páginas eletrônicas das fundações, uma vez que esses
são os canais de comunicação ‘mais utilizados pelos principais
interessados’.
Gerard
Riemen, diretor da federação, disse que nenhum participante lê ou tampouco
compreende o conteúdo dos relatórios anuais. “A questão sobre qual é o método
mais eficaz de comunicação com o participante deve ser equacionada por cada
fundo de pensão.”
Riemen
declarou que as recomendações prévias da AFM a respeito do detalhamento dos
custos haviam sido bem recebidas pela indústria. Já as novas recomendações,
ressalta o diretor, são completamente desnecessárias.
O
dirigente argumentou que estudos abrangendo diferentes sistemas previdenciários
já haviam revelado que os fundos holandeses estão um passo à frente no que diz
respeito à divulgação dos custos de gestão de ativos aos participantes.
Wiser, IPE