Após indicações de que o déficit
fiscal dinamarquês poderia piorar em 2015, o governo decidiu recorrer a uma
mudança no tratamento tributário de alguns benefícios previdenciários a fim de
garantir que não irá superar o limite máximo de déficit (3% do PIB) estipulado
pela União Europeia.
O Fundo Monetário Internacional
salientou que embora a consolidação fiscal dinamarquesa tenha garantido ao país
a saída do EU's Excessive Deficit
Procedure, em 2013, a tendência é de expansão do déficit em 2014 para além
do limite de 3%, havendo, ainda, a expectativa de que venha a piorar em 2015,
uma vez que medidas únicas para produzir receita tributária deixarão de
existir.
Como o Banco Central da Dinamarca
também prevê um déficit fiscal de 3,2% do PIB no próximo ano, o governo tentou
arrumar algum espaço de manobra ao mudar a forma de taxação dos fundos de
pensão. A ideia é gerar 0,75% do PIB ou DKK15 bilhões (US$ 2,5 bilhões) em
receitas.
Em três de outubro, o governo anunciou
que, a partir de 1º de abril de 2015, participantes elegíveis de fundos de
pensão com idade acima de 60 anos poderão ter direito a um desconto de 2,5% nos
impostos. Atualmente, o imposto de renda tributa em 40% os saques aos fundos. A
partir do ano que vem, esse percentual será de 37,5%.
O desconto será concedido sobre os
saques previdenciários. Contudo, caso o participante deseje, ele poderá pagar o
imposto sobre sua parcela do fundo e manter os recursos na entidade. Nesse
caso, os benefícios futuros ficariam isentos de impostos.
O governo acredita que a medida lhe
dará espaço para apoiar o crescimento e a geração de empregos e, ao mesmo
tempo, minimizar o risco de que a Dinamarca receba uma nova recomendação de
redução de déficit por parte da União Europeia.
O ministro da Fazenda, Bjarne Corydon,
afirmou: “para o governo, é essencial que continuemos a apoiar o crescimento e
a geração de empregos o máximo possível. No entanto, é preciso ter em mente que
estamos, ao mesmo tempo, dando continuidade a uma política econômica
responsável que segue os padrões ditados pela União Europeia.”
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