O governo da Indonésia planeja exigir que seguradoras
e fundos de pensão mantenham uma porcentagem mínima de suas carteiras investida
em títulos do governo. A ideia é estabilizar o mercado de dívida, informou a
autoridade de serviços financeiros do país, OJK.Os fundos e seguradoras já investem cerca de 18% de seus ativos
em títulos públicos, declarou Muliaman D. Hadad, CEO da autoridade, sem,
contudo, especificar qual seria o limite mínimo.
“Esses papéis
funcionam como um bom backup devido à
sua baixa volatilidade, tornando o investidor doméstico mais forte”, disse
Hadad durante uma conferência.
Segundo
informações do Ministério da Fazenda, em 13 de novembro, as carteiras de fundos
e seguradoras domésticos possuíam uma alocação de 15,3% em títulos públicos;
entre os investidores estrangeiros, a parcela é de 37,4%.
O presidente da
Associação de Fundos de Pensão da Indonésia (ADPI), Mudjiharno Sudjono, argumentou
que a imposição de um piso para os investimentos em títulos pode resultar em
retornos mais baixos para as entidades.
Na quinta-feira
passada, o retorno dos títulos com vencimento de dez anos era de 8,6%, inferior
à taxa de juros de 9% paga pelos bancos para os depósitos em rúpias.
Ainda assim, Sudjono
diz que a política pode ser benéfica para a gestão de riscos dos fundos de
pensão. “Os títulos públicos são muito mais estáveis (do que as ações), o que é
bom para investidores institucionais de longo prazo como nós. Muitos fundos
possuem fatias de renda variável que chegam a 40%, o que não é aconselhável nas
atuais condições de mercado.”
A bolsa
indonésia registra uma das piores performances entre os países asiáticos. Seu principal
índice acumula queda de 14%. O total de ativos geridos pelos fundos associados
à ADPI é de US$ 14,53 bilhões.
Reuters