MOMENTO DE "CAIR NA REAL" EM RELAÇÃO AO BRASIL


Quando se fala na recuperação das ações brasileiras, fala-se, essencialmente, na recuperação da moeda do país, o real. Independente de o investidor optar por um fundo de índice baseado no iShares MSCI Brazil ou por uma companhia individual como o banco Bradesco, por exemplo, as ações invariavelmente sofrerão com a desvalorização da moeda local. 

A questão é que o retorno total de qualquer investimento internacional sem proteção é produto do retorno da ação combinado com a performance da moeda estrangeira em relação à moeda do país do investidor. No acumulado do ano, o dólar americano se valorizou em 49,5% em relação ao real.

É difícil acreditar que qualquer investimento brasileiro denominado em dólares tenha chances de alcançar um bom desempenho neste ano. De fato, a atual correlação entre o preço do EWZ (fundo de índice brasileiro) e a taxa de câmbio dólar/real chega a -.96! Basicamente, isso significa que a performance do mercado brasileiro deverá refletir o comportamento do real em relação ao dólar.

Para o investidor que detém papéis brasileiros, resta esperar que o mercado, o governo ou o Fundo Monetário Internacional intervenha para dar suporte à moeda local, tal qual aconteceu em 2002, quando a situação parecia tão difícil quanto a atual. A ajuda cairia bem para papéis de qualidade como os do Banco do Brasil ou o ETF brasileiro, o EWZ, considerando sua atual correlação com a taxa de câmbio. Hoje o Brasil é mais diversificado e poderoso do que era em 2002. É apenas uma questão de tempo até que a moeda se estabilize novamente. 



Seeking Alpha
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