Dakota do Sul e Michigan são os dois
mais recentes estados americanos a anunciar mudanças em seus sistemas
previdenciários em função da redução dos níveis de retorno e fundeamento.
Em Dakota do Sul, o governador
Dennis Daugaard assinou, em 9 de fevereiro, um projeto de lei que muda a
fórmula de correção de benefícios atrelada ao aumento do custo de vida (COLA) utilizada
pelo South Dakota Retirement System
(SDRS), cujo patrimônio é de US$ 10,5 bilhões.
A nova COLA não poderá exceder 3,5%
nem ser inferior a 0,5% ao ano desde que o sistema de aposentadoria esteja com
100% de fundeamento. No entanto, se o nível de solvência ficar abaixo de 100%,
o conselho do fundo poderá reduzir o índice.
Anteriormente, a fórmula COLA
utilizada em Dakota do Sul era exclusivamente dependente do nível de
fundeamento do plano. Quando o mesmo encontrava-se com 100% ou mais de
fundeamento, a COLA subia para 3,1%; quando tal nível era inferior a 80%, o índice
de correção caía para 2,1%. Entre 80% e 100%, o fundo utilizava uma fórmula
baseada na solvência do plano e no Índice de Preços ao Consumidor. O estado de Dakota
do Sul promulgou as mudanças na COLA com base em estudo atuarial realizado em
novembro de 2016, quando a rentabilidade projetada do fundo caiu de 7,25% para
6,5%.
O SDRS também planeja outras mudanças
que afetarão os participantes neste primeiro semestre. Uma nova lei deverá
alterar o desenho dos benefícios para aqueles que aderirem ao fundo após 1º de
julho de 2017. Em comunicado publicado em sua página eletrônica, o SDRS informa
que continuará sendo um fundo único, porém com duas fórmulas de cálculo de
benefício.
No novo plano, a idade de
aposentadoria foi elevada em dois anos (de 65 para 67 para os funcionários do
judiciário e de 55 para 57 para aqueles que atuam na segurança pública). Os
funcionários que se aposentarem precocemente terão uma redução de 5% ao ano nos
benefícios.
As mudanças visam lidar com expectativas
de vida mais longas, com o aumento da volatilidade do mercado e “diferentes objetivos
do empregador”, diz o website do
SDRS.
Michigan
reduz projeções de rentabilidade
No estado do Michigan, o governo
passou a utilizar uma taxa de retorno esperada menor para os seus planos de
aposentadoria, além de criar uma força tarefa para lidar com o déficit dos quatro
planos de pensão administrados pelo estado. Uma nova proposta de orçamento prevê
mais financiamento para os planos públicos (US$ 55,7 bilhões sob gestão) em
decorrência da redução da taxa de retorno, que passou de 8% para 7,5%.
A redução das projeções de retorno e
aumento das contribuições estatais nos quatro planos públicos de Benefício
Definido que o estado administra têm como objetivo a redução de riscos e “o
compromisso com o saneamento dos déficits até o ano de 2038”, informa um
comunicado divulgado pelo governador Rick Snyder.
Em 30 de setembro de 2015, os
passivos em descoberto dos quatro planos de aposentadoria estaduais somavam US$
33,2 bilhões de acordo com o Michigan
State Office of Budget.
Maior plano público do estado, voltado
para os funcionários da educação, o Michigan
Public School Employees Retirement System (MPSERS), com US$ 43,2 bilhões sob
gestão, possui passivos em descoberto da ordem de US$ 26,7 bilhões. A nova
projeção de rentabilidade (7,5%) será implementada ao longo dos próximos dois
anos de acordo com o orçamento proposto pelo governador para 2018.
Em 30 de setembro de 2015, dois dos outros
três planos de pensão do estado estavam congelados: o Sistema de Aposentadoria
dos Funcionários do Estado de Michigan (Michigan
State Employees Retirement System), com patrimônio de US$ 10,9 bilhões,
tinha um passivo não financiado de US$ 5,8 bilhões, e o Michigan Judges Retirement System ou Sistema de Aposentadoria dos
Juízes de Michigan (US$ 255 milhões), possuía um déficit de 8 milhões de
dólares. Já o Sistema de Aposentadoria da Polícia Estadual de Michigan - Michigan State Police Retirement System
- (US$ 1,3 bilhões), que não está
congelado, possuía passivos não fundeados de US$ 654 milhões.
Chief Investment Officer