EX-MINISTRO DA FAZENDA RUSSO CLAMA POR REFORMA NA PREVIDÊNCIA
Um ex-ministro da Fazenda russo pediu que os reguladores mantenham a obrigatoriedade das contribuições previdenciárias e aumentem a idade de aposentadoria como forma de sanar os problemas do decrépito sistema previdenciário do país.

O Ministério da Fazenda e o Banco Central têm discutido a possibilidade de abolir as contribuições obrigatórias para os fundos de pensão, as quais destinam-se a assegurar a saúde do sistema em longo prazo.

Alexei Kudrin, que renunciou ao cargo de ministro da Fazenda em 2011 por se opor ao aumento de gastos com defesa, afirmou que a questão previdenciária é uma das que mais pesam sobre o orçamento e que o desenvolvimento do país depende de como o problema será tratado daqui por diante.

“Não há vontade política suficiente”, disse Kudrin durante uma conferência sobre o sistema previdenciário russo. "Se nós abandonarmos o sistema previdenciário de contribuição compulsória, a capitalização dos recursos enfrentará um futuro incerto.”

No sistema atual, o Estado divide as contribuições do empregador em nome do empregado em duas partes. A maior fatia é direcionada aos atuais pagamentos do sistema estatal; a menor é depositada em contas individuais em nome do trabalhador.

A segunda parte, conhecida como pensão cumulativa obrigatória, é comumente investida em instrumentos financeiros pelo próprio Estado ou por asset managers privados.

Com a Rússia em recessão e as receitas diminuindo em função da queda nos preços do petróleo, simplesmente não há dinheiro suficiente para arcar com as pensões em pagamento.

Por três anos consecutivos, o governo suspendeu as transferências de recursos destinados à parte cumulativa do sistema a fim de fazer frente às atuais obrigações.

 Kudrin disse que a elevação da idade de aposentadoria poderia ajudar a resolver alguns dos problemas de fluxo de caixa. Ele afirmou que até mesmo um aumento gradual das idades poderia gerar 500 bilhões de rublos (US$ 7,33 bilhões) três anos após o início dos ajustes.

Em 10 anos, o orçamento receberia dois trilhões de rublos, ou 1,2% do PIB a cada ano. “Em 15 anos seriam três trilhões de rublos, 1,7% do PIB, o que ajudaria a reequilibrar o sistema previdenciário”, salientou o ex-ministro. 



Reuters
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