O eleitorado suíço encontra-se
uniformemente dividido entre apoiar ou se opor ao pacote de reformas
previdenciárias Altersvorsorge 2020
(AV2020), de acordo com várias pesquisas publicadas na mídia suíça na semana
passada.
Duas
pesquisas feitas no início deste mês indicaram o apoio marginal a duas medidas específicas,
com pouco mais de 50% a favor ou “propensos a votar sim”.
Um
referendo sobre a reforma está agendado para o dia 24 de setembro, quando os
cidadãos do país terão que responder a duas perguntas. A primeira é sobre o
aumento de impostos para financiar o primeiro pilar (fundo AHV). A segunda refere-se
a um pacote de medidas que inclui, entre outros aspectos, uma taxa de conversão
mais baixa para os planos capitalizados, o adiamento da aposentadoria das
mulheres e um aumento único dos benefícios providos pelo primeiro pilar.
Se
uma das duas propostas do referendo for rejeitada, a outra também é
automaticamente, já que a legislação estabelece uma conexão entre elas.
Enquanto
isso, os fundos de pensão suíços têm tentado convencer seus participantes a
votar “sim” para ajudar a aliviar a pressão imposta pela taxa de conversão
mínima, que segundo os fundos é muito elevada em relação à taxa de juros extremamente
baixa do país.
A
maioria dos fundos de pensão apoiou a campanha da associação representativa ASIP
a favor da reforma. No entanto, alguns vieram a público para pedir apoio,
individualmente.
Um
deles é o fundo de pensão da cadeia de supermercados Migros, o Migros Pensionskasse (MPK) - patrimônio
de CHF22 bilhões (€19,3 bilhões) - um dos maiores empregadores do país.
O
diretor-gerente do MPK, Christoph Ryter, ex-chefe da ASIP, disse à imprensa
suíça que a reforma seria “apenas um pequeno passo na direção certa”. “Mas é um
ajuste evolutivo necessário”, acrescentou.
Da
mesma forma, o fundo Stiftung Abendrot
(CHF1,2 bilhão) disse que a reforma seria “um passo na direção certa”,
especialmente para deixar o segundo pilar mais justo.
“Em
média, os pensionistas recebem hoje mais do que o retorno real sobre as suas
contribuições”, declarou o fundo multipatrocinado em comunicado de imprensa.
“Isso leva a uma redistribuição de recursos que acaba sendo paga pelos participantes
ativos”, acrescentou.
Como
a Migros, outros grandes empregadores suíços têm apoiado o voto “sim”,
incluindo a farmacêutica Roche e as seguradoras AXA e Winterthur.
Contudo,
a maioria das associações de empregadores e representantes do setor econômico
se opõe às propostas de reforma do primeiro pilar, principalmente devido ao
aumento previsto do Imposto sobre o Valor Agregado (Value Added Tax - VAT).
Uma
crítica ao pacote de reformas é o fato de ele conter diversas propostas que
poucas pessoas gostariam de ver aprovadas.
No
entanto, a associação de fundos de pensão ASIP reiterou o pedido para que as
pessoas votem a favor do pacote como um todo a fim de garantir a introdução de
algumas mudanças, como a redução da taxa de conversão. “Um voto contrário seria como brincar com
fogo”, advertiu a ASIP.
IPE