Os fundos de pensão
da Suécia devem considerar a possibilidade de submeter suas carteiras a testes
de stress para riscos associados a mudanças climáticas, disse o regulador do
país.
Embora tenha afastado
a possibilidade de edição de novas regras no futuro imediato, em relatório
enviado ao governo federal, o Finansinspektionen
disse que seria benéfico que as instituições financeiras considerassem esses
riscos ao analisar cenários e conduzir testes de stress.
O regulador alegou que as avaliações
poderiam fornecer uma análise rápida dos riscos que afetam a estabilidade
financeira, bem como a melhor maneira de trata-los. Inicialmente, a ideia é
avaliar cenários mais qualitativos do que quantitativos como, por exemplo, a
forma como as mudanças climáticas podem afetar os modelos de negócios das
empresas.
A recomendação veio
logo após o Conselho Europeu de Risco Sistêmico informar que poderá incluir o
risco de carbono em futuros cenários de testes de stress propostos às
autoridades europeias de supervisão, incluindo-se aí o próximo teste de stress
da European Insurance and Occupational Pensions Authority (EIOPA), que deverá acontecer em 2017.
O regulador também salientou que
qualquer cenário de teste de stress irá demandar dados de carbono consistentes,
comparáveis e confiáveis - de abrangência nacional ou internacional. A
agência elogiou o trabalho do Conselho de Estabilidade Financeira (CEF) no que
tange à divulgação de informações financeiras relacionadas ao clima.
O relatório, que tem como base o
trabalho realizado pelo Grantham Research
Institute do Reino Unido, no entanto, concluiu que a indústria previdenciária
sueca encontra-se menos exposta a riscos climáticos do que outros mercados da
UE.
A amostra contendo investidores
institucionais suecos - AMF, Alecta e os quatro principais fundos AP - registrou
baixa exposição a ativos de “alto carbono” se comparada a investidores similares
de outras economias europeias como Reino Unido e Holanda.
O Finansinspektionen concluiu que, de maneira geral, a indústria
financeira sueca está menos exposta a riscos climáticos do que outros mercados.
O pedido do regulador por uma
estrutura uniforme de reporte de carbono ocorre após o governo ter ameaçado
criar uma legislação específica para o assunto, em novembro último, caso a
indústria de fundos de pensão não chegasse, por si só, a um consenso acerca da
divulgação e reporte de tais informações.
A ameaça veio logo após os fundos AP
terem anunciado os detalhes de uma nova e uniforme estrutura de reporte de
carbono para todos os seis fundos.
IPE