A Comissão Europeia iniciou uma consulta
há muito aguardada sobre o futuro das três Autoridades Europeias de Supervisão
(AES).
A
consulta estava prevista para o segundo semestre do ano passado.
O
objetivo da Comissão é “identificar as áreas onde a eficácia e eficiência das
AES podem ser reforçadas e melhoradas”. Nova legislação poderá ser editada caso
necessário.
“Uma
supervisão mais coordenada e integrada será cada vez mais importante no futuro,
em especial para desenvolver e integrar os mercados de capitais da União Europeia
através da União dos Mercados de Capitais (Capital
Markets Union)”, disse a comissão.
As
AES - que abrangem a Autoridade Europeia de Seguros e Previdência Privada (EIOPA),
a Autoridade Bancária Europeia (EBA) e a Autoridade Europeia de Mercados e Valores
Mobiliários (ESMA) - deram boas vindas à consulta, afirmando que “chegou o
momento” para que a avaliação seja feita.
Em
declaração conjunta, as AES afirmaram: “A consulta da Comissão Europeia levanta
questões importantes a respeito dos poderes das três autoridades, de possíveis
melhorias em seus processos decisórios e da necessária revisão em suas
estruturas de financiamento”.
“Uma
discussão franca sobre essas questões é fundamental para assegurar que as AES contribuam
efetivamente para a construção da União dos Mercados de Capitais, avançando,
assim, na convergência da supervisão a fim de reforçar a proteção ao consumidor
e a estabilidade do mercado interno.”
A
PensionsEurope, organização que
congrega as associações nacionais de fundos de pensão da Europa, vinha aguardando
ansiosamente a consulta, demonstrando satisfação com a sua abrangência, disse o
CEO Matti Leppälä ao IPE.
“Tínhamos
a preocupação de que o enfoque ficasse limitado a questões de financiamento,
mas para nós é igualmente importante abordar temas como a governança e a
autonomia das AES na medida em que muitos fundos de pensão têm afirmado que a EIOPA
vem atuando além de suas competências”, declarou.
“A
consulta parece ampla, o que é bom. Esta é uma oportunidade para que sejam
apresentadas ideias criativas sobre a estrutura, poderes, governança, entre
outros aspectos.”
A
Comissão Europeia declarou que os assuntos abordados na consulta “são amplamente
conhecidos pelas partes interessadas”.
Temas
incluem preocupações com o abuso de autoridade por parte da EIOPA e os níveis
de financiamento das AES, além da possibilidade de fusão das agências.
Na
consulta, há referência, por exemplo, ao grau de abrangência das diretrizes das
AES e ao fato de que as mesmas “mostram-se cada vez mais amplas, ultrapassando
os limites de atuação inicialmente pretendidos para as autoridades”. Também há
uma questão sobre a possível fusão da EIOPA com a EBA e um convite para que os
Estados-membros opinem sobre a possibilidade de as AES serem financiadas pela
indústria - total ou parcialmente - em oposição ao atual método de
financiamento estatal.
A consulta ficará aberta até o dia
16 de maio.
IPE