Um
grupo de investidores institucionais e gestoras de ativos tem pedido aos
maiores bancos do mundo que divulguem, de forma mais clara, os riscos e
oportunidades relacionados ao clima.
Os
investidores, que juntos gerenciam US$ 1,85 trilhão de ativos, também querem
que os bancos descrevam como esses riscos e oportunidades estão sendo
gerenciados pelos conselhos e executivos.
O
grupo enviou correspondências para os CEOs de 62 bancos, incluindo Bank of America, Deutsche Bank, J.P. Morgan Chase, Wells Fargo e o Banco TD, solicitando
um disclosure mais sólido e relevante
relacionado a aspectos climáticos. A carta foi escrita pela ShareAction, organização que defende os investimentos
responsáveis e a gestora Boston Common
Asset Management.
“Estamos
contatando um grupo de 62 bancos globais... para avaliar se houve progresso
desde a assinatura do acordo de Paris, que trata da gestão dos riscos climáticos
por instituições, separadamente, e pelo setor como um todo”, diz a carta. O
acordo de Paris consiste num pacto global firmado em 2015 do qual os EUA se retiraram
recentemente.
A
carta define quatro áreas sobre as quais deve haver maior disclosure: implementação de estratégias climáticas; avaliação e
gerenciamento de riscos relacionados ao clima; produtos e serviços bancários de
baixo carbono; e políticas públicas dos bancos e a sua colaboração com outras
entidades no que se refere às mudanças climáticas.
Os
investidores visam obter um feedback
claro dos bancos em relação às suas estratégias atuais e planos futuros para
integrar essas quatro áreas-chaves, afirma a carta. No que diz respeito à
avaliação e gestão de riscos, a carta solicita informações sobre eventuais ajustes
feitos nas políticas e práticas destinadas a mitigar esses riscos, incluindo
políticas de exclusão e engajamento. Sobre estratégia e implementação, os
investidores buscam uma “estratégia climática adotada pelas empresas como um
todo que dê suporte ao alcance dos objetivos do acordo de Paris, bem como a
descrição das estruturas existentes para garantir a boa governança”.
A
carta também incentiva os bancos a divulgar como eles pretendem “aproveitar as
oportunidades de negócios trazidas pela transição à baixa emissão de carbono”,
além de pedir detalhes sobre a interação das instituições e reguladores no que
tange à transição às baixas emissões de carbono.
“Milhões
de pessoas têm interesse em saber como esses bancos respondem às mudanças
climáticas, seja como cidadãos afetados pelos impactos físicos assustadores que
vemos quase que diariamente nos noticiários, seja como participantes de planos
de pensão que investem nesses bancos ou mesmo como clientes dessas instituições
bancárias”, disse Catherine Howarth, CEO da ShareAction,
em comunicado à imprensa.
O
rol de signatários inclui os britânicos National
Employment Savings Trust (NEST), com US$ 2,3 bilhões sob gestão, e o Environment Agency Pension Fund (£3,3
bilhões).
A carta pede que os bancos deem seu feedback até o dia 10 de outubro. Mais
detalhes estão disponíveis no site da
ShareAction.
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