Os fundos de pensão do Cazaquistão se reuniram para formar um único fundo administrado pelo Estado. Segundo reportou o site Tengrinews.kz, a informação foi dada por Ruslan Erdenayev, vice-presidente do Conselho Deliberativo da nova entidade.

Os recursos de todos os participantes - incluindo-se a receita dos investimentos - foram transferidos dos diferentes fundos privados para a entidade única estatal. Os interessados poderão ter acesso ao seu extrato de conta em qualquer posto de atendimento da organização.

Há, no país, 9,7 milhões de contas individuais e cerca de $21,3 bilhões em ativos previdenciários, que são administrados pelo Banco Central. Em novembro de 2013, a fusão já havia sido anunciada pelo presidente do fundo estatal (que atuava no mercado junto com outras 20 entidades privadas). O Fundo de Pensão Único (Single Pension Fund) foi lançado oficialmente em agosto daquele ano.

Antes da decisão de unificar os fundos de pensão privados do país, o primeiro ministro Serik Akhmetov havia afirmado que as taxas de administração praticadas pelas entidades privadas seriam responsáveis por uma redução de cerca de 26% da poupança previdenciária da população. “De acordo com especialistas, considerando o período médio de filiação, as pessoas perdem aproximadamente 26% de sua renda de aposentadoria. Trata-se, portanto, de taxas excessivamente elevadas. Por isso, consideramos que a decisão do governo de unificar os fundos de pensão do Cazaquistão foi bastante razoável”, disse o primeiro ministro.

Segundo o governo, apenas 5,6 milhões dos 8,4 milhões de trabalhadores ativos são cobertos pelos planos e somente 4 milhões de pessoas ou metade da força de trabalho contribui de maneira regular. “Os planos vinham apresentando uma série de problemas. E é óbvio que os fundos de pensão privados fracassaram em atingir níveis adequados de cobertura”, argumenta Akhmetov.

A reforma proposta tem gerado controvérsia, principalmente diante da possibilidade de elevação da idade de aposentadoria feminina. Com o aumento dos protestos, o governo se viu forçado a estender o período de transição. Ao mesmo tempo, brokers e firmas de investimento reclamam dos prejuízos acarretados pelas novas regras, que restringem as classes de ativos nas quais os fundos de pensão podem investir. Como consequência, há expectativa pela queda da liquidez na bolsa de valores do país.