FMI PEDE AOS REGULADORES QUE FORTALEÇAM OS FUNDOS DE PENSÃO NUM AMBIENTE DE POUCO CRESCIMENTO E BAIXAS TAXAS DE JUROS


Os reguladores e supervisores devem agir rápido para fortalecer os fundos de pensão e os balanços da companhias de seguros no atual contexto de fraco crescimento e baixas taxas de juros, recomenda o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No mais recente Relatório de Estabilidade Financeira Global (Global Financial Stability Report), publicado na quarta-feira, o FMI salientou que a solvência de muitos fundos de pensão e companhias de seguro de vida “está ameaçada devido ao  período prolongado de baixas taxas de juros”.

O trabalho dos reguladores deve incluir a identificação e tratamento das lacunas de financiamento e dos riscos de insolvência em médio prazo. Para tal, é preciso priorizar “uma agenda de reformas para as seguradoras e fundos de pensão que reforce as estruturas de capital e os modelos internos utilizados”, além de se investir em mais transparência.

Na Europa, o FMI recomenda o fortalecimento da regulação, que deve buscar uma padrão comum de avaliação de riscos para os fundos de pensão, e maior transparência. “Isso implicaria numa avaliação de ativos e passivos baseada em mercado que privilegie o fornecimento de informações e análises de risco padronizados, tais como os testes de estresse”, diz o relatório. Uma maior uniformidade nesse quesito ajudaria e elevar os níveis de transparência, “garantindo a ampla divulgação das métricas utilizadas nos balanço financeiros e análises de risco”.

O FMI destacou que o baixo crescimento e as taxas de juros reduzidas  impõem desafios ainda maiores aos fundos de pensão e seguradoras. O Fundo afirmou ter havido um aumento da procura por estratégias de investimento orientadas para o passivo, o que “poderia aumentar substancialmente a demanda por duration nos ativos mais arriscados, tais como dívida corporativa e de países emergentes, e em títulos soberanos de economias consideradas seguras, em particular nos títulos públicos estadunidenses”.

No entanto, a migração para esses ativos poderá afetar negativamente os retornos, “aumentando as lacunas de financiamento e gerando, consequentemente, uma demanda adicional por títulos num ciclo potencialmente negativo”.

Os déficits dos fundos de pensão “poderão ​​exercer forte pressão sobre a oferta de investimentos adequados”, e um aumento significativo na demanda dessas entidades “poderia prejudicar a oferta, que atualmente é boa, reduzindo significativamente os spreads corporativos e aumentando a demanda por duration em mercados mais arriscados”, alerta o FMI.

“Embora a redução dos spreads corporativos seja benéfica para os investimentos e ampliação da economia, a exposição a ativos de risco deixa as carteiras mais vulneráveis a choques e à volatilidade”, analisa o relatório. “A interligação entre os fundos de pensão e companhias seguradoras e seus sistemas financeiros pode levar as organizações de médio e grande porte a enfrentarem maiores dificuldades, deixando clara a necessidade por medidas regulatórias que garantam a sua saúde financeira.” 



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