O
mercado britânico de resseguro e transferência do risco de longevidade deve
permanecer ativo em 2018 após um período de incerteza em função do Brexit. A expectativa é que os mercados de
todo o mundo adotem as técnicas de de-risking
praticadas no Reino Unido, aproveitando, assim, a eficiência de custos trazida
pela transferência dos riscos de longevidade, diz Amy Kessler, Chefe de
Transferência de Riscos de Longevidade da Prudential
Financial.
O volume de transações de
transferência do risco de longevidade aumentou em 2017 após a queda observada no
ano passado devido ao Brexit,
aproximando-se, atualmente, dos níveis registrados em 2015, observa Kessler.
Apesar do impacto negativo sobre o
resseguro de longevidade e os mercados de transferência de risco causado pela
decisão do Reino Unido de deixar a UE, evidências iniciais indicam que os
volumes de transação em 2018 serão robustos, ressalta a especialista.
Um fator que deverá impulsionar o
aumento das atividades de de-risking
no Reino Unido em 2018 é o fato de 25% dos planos de pensão da região registrarem
níveis de fundeamento superiores a 100%, já que a solvência dos programas teve
recuperação significativa este ano.
“A partir de 2017, a nossa
expectativa é por mais crescimento, inovação e adoção das técnicas de de-risking do Reino Unido em outros
países”, prevê Kessler.
As técnicas e práticas de transferência
do risco de longevidade estão sendo cada vez mais aceitas mundialmente. Kessler
explica que, agora, muitos stakeholders
de empresas importantes em diferentes partes do mundo, nas mais variadas
indústrias, esperam ter alguma proteção contra o risco de longevidade.
Outro fator que deve alavancar as transferências
do risco de longevidade tanto no Reino Unido como em outros países é o preço das
transações, que hoje encontra-se em patamares historicamente baixos em
decorrência de melhorias aquém do esperado na longevidade e a subsequente
redução dos custos de transferência dos riscos de longevidade.
“Os modelos de projeção utilizados na
precificação partem do princípio de que melhorias mais modestas na longevidade
deverão se manter no curto prazo. Por causa disso, o ambiente atual oferece uma
boa oportunidade para que os planos de pensão transfiram o risco de longevidade
utilizando esses pressupostos, que são mais favoráveis do que os utilizados no
passado. No entanto, os modelos de projeção em uso no mercado não são uma bola
de cristal; ainda há muita incerteza em relação às melhorias futuras na
longevidade”, argumenta Kessler.
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