No ano passado, os fundos de pensão da China registraram um
aumento líquido no valor dos ativos apesar de a elevação nos gastos ter superado
o crescimento dos retornos, revelou um relatório do governo.
Segundo
dados do Ministério de Recursos Humanos e Previdência Social, o patrimônio dos
fundos alcançou a cifra de 3,99 trilhões de yuanes no final de 2015.
No ano em
questão, os fundos registraram uma receita de 3,22 trilhões de yuanes, superando,
e muito, os gastos de 2,79 trilhões de yuanes, apontou o relatório.
O aumento
do valor patrimonial dos fundos trouxe alívio em meio à crescente preocupação de
que a China terá dificuldade para pagar benefícios em função do rápido
envelhecimento da população e dos baixos retornos sobre os investimentos.
No entanto,
o relatório também indicou que em 2015 o crescimento anual dos gastos dos
fundos de pensão - o equivalente a 19,7% - foi superior ao crescimento anual da
receita (16,6%).
O aumento
das despesas foi em grande parte devido a mudanças nas políticas de pagamento
dos mais de 79 milhões de aposentados de empresas municipais, que tiveram seus
benefícios ajustados em 10%, atingindo um valor médio de 2.200 yuanes por mês.
De acordo
com o relatório, os outros quatro tipos de fundos de previdência social - que
cobrem os seguros saúde, maternidade, desemprego e acidentes de trabalho - também registraram aumento no valor dos
ativos.
Os fundos
dedicados ao seguro saúde tiveram um bom desempenho devido a reformas e
melhorias na gestão, explica Huang Huabo, vice-diretor do Centro de Gestão do
Fundo de Segurança do ministério.
Contudo,
Huabo alertou que a crescente demanda por cuidados médicos pela população - que
está em franco processo de envelhecimento - deverá resultar no aumento das
despesas nos próximos anos.
Em abril, o
vice-ministro da Fazenda, Wang Baoan, ressaltou que os fundos de pensão da
China estão susceptíveis a déficits devido às suas crescentes obrigações. O
governo buscou permitir que os fundos diversifiquem os investimentos visando
maiores retornos, acrescentou.
Segundo
dados oficiais, no fim do ano passado, os fundos de pensão chineses possuíam,
em agregado, cerca de 2 trilhões de yuanes a serem investidos.
A mídia
estatal relatou haver a expectativa de que a piscina de ativos seja canalizada
para os voláteis mercados de ações do país ainda neste ano.
Em agosto
passado, o governo emitiu diretrizes que permitiam que os fundos de pensão
locais - historicamente restritos a opções de investimento mais seguras como
depósitos bancários e títulos públicos - passassem a tomar mais risco em fundos
de renda fixa e variável.
Na China,
os empregados normalmente contribuem com 8% do salário mensal para a sua conta
de aposentadoria, enquanto os empregadores fazem aportes obrigatórios de 20% da
renda do participante.
Investidores
institucionais são os responsáveis por gerir os fundos, que recebem
contribuições de 837 milhões de pessoas e dão suporte a 226 milhões de
aposentados.
South China Morning Post