Os
acionistas de empresas listadas na União Europeia terão maior influência na
fixação da remuneração dos executivos segundo ao novas regras adotadas pelos
legisladores da UE na última terça-feira.
Os
investidores das mais de 8 mil empresas listadas nos mercados da UE poderão
emitir votos vinculantes a respeito das políticas de remuneração, embora os
países da UE tenham liberdade para adotar ou não tal política, dispondo de
cerca de dois anos para incorporá-la às legislações nacionais.
O voto do Parlamento ocorre depois
de um entendimento alcançado em dezembro com representantes dos 28
Estados-Membros da UE sobre um conjunto de medidas que também tem por objetivo
incentivar os investimentos de longo prazo em empresas listadas por parte de
gestores de ativos, seguradoras e fundos de pensão.
“É essencial olhar além da
rentabilidade de curto prazo e focar o sucesso em longo prazo para que tenhamos
estabilidade na economia europeia", disse Vera Jourova, representante da
UE responsável pelo dossiê.
As regras foram propostas em 2014,
após a crise financeira mundial e a crise da dívida da zona do euro terem
colocado as práticas de curto prazo no setor financeiro sob os holofotes.
A crise também chamou a atenção para
a remuneração dos executivos, muitas vezes “considerada indevida levando-se em
conta o desempenho desses profissionais ou a situação difícil das empresas”,
disse a Comissão Europeia por meio de nota.
“Haverá uma ligação mais direta
entre o salário dos diretores e os resultados das empresas”, declarou Sergio
Cofferati, legislador de centro-esquerda que propôs as novas regras ao
parlamento europeu.
Para combater o curto prazismo,
seguradoras e fundos de pensão, que detêm a maioria das ações das empresas
listadas, terão de revelar suas estratégias de investimento, porém sem revelar
detalhes mais sensíveis.
O aumento da transparência deverá
prolongar o período médio de detenção de ações, que hoje é de aproximadamente oito
meses, afirmou a Comissão.
Reuters