O impacto econômico causado pelo Brexit deixou muitos fundos de pensão em
polvorosa.
Na
última sexta-feira, o jornal Financial
Times informou que o déficit dos fundos de pensão do Reino Unido havia
atingido a marca recorde de £900 bilhões (€1,08 trilhão), com o preço das ações
registrando forte queda após a declaração do resultado.
Na Irlanda, os fundos de pensão, que
em média possuem 25% das carteiras alocadas em ações do Reino Unido e zona do
Euro, já sofriam pressão antes mesmo do referendo. A partir de agora, muitos irão
enfrentar problemas ainda mais sérios.
A Mercer havia dito que a saída da
Inglaterra afetaria os planos irlandeses. Na semana passada, a consultoria
recomendou que os conselheiros previdenciários avaliassem os possíveis impactos
das futuras oscilações de mercado. “A saúde financeira e a poupança previdenciária
de muitas pessoas poderão sofrer alguma volatilidade no curto prazo. Qualquer
um que busque segurança por meio da compra de uma anuidade vitalícia poderá se
sentir mais vulnerável”, advertiu Aisling Kelly, da Mercer.
A Associação Irlandesa de Fundos de
Pensão (IAPF) fez um apelo para que as pessoas não entrem em pânico. Seu
presidente-executivo, Jerry Moriarty, assinalou que a menos que esteja perto da
aposentadoria, o participante não precisa se preocupar com as perdas de curto
prazo.
“Se você está se aproximando da
aposentadoria, é provável que seus ativos sejam automaticamente transferidos
para investimentos menos voláteis a fim de se evitar perdas que não possam ser
recuperadas rapidamente”, disse Moriarty. A queda acentuada dos retornos dos
títulos causada pelo Brexit pode fazer com que o déficit dos fundos se
aprofunde ainda mais.
“É provável que estejamos diante do
pior dos mundos com a incerteza nos mercados de ações e de títulos”, afirmou
Ray McKenna da Willis Towers Watson Irlanda.
Diante disso, McKenna classificou
como ótima notícia a decisão do Departamento de Finanças de permitir que os participantes
de planos BD que detenham títulos pessoais de aposentadoria (buy-out bonds) contratem, com tais recursos,
os chamados “fundos de aposentadoria aprovados - ARFs”.
The Irish Times