MAIOR FUNDO DE PENSÃO DO QUÊNIA APELA AO PRIVATE EQUITY EM BUSCA DE RETORNOS


Ao invés de recorrer à estratégia tradicional de compra e detenção de ativos, o maior fundo de pensão do Quênia está se voltando para o private equity e investimentos no exterior para impulsionar os retornos.

“Fazemos o possível para otimizar o nosso lucro”, disse o conselheiro do  Fundo Nacional de Previdência Social (National Social Security Fund - NSSF), Anthony Omerikwa, durante a Assembleia Geral Anual da entidade realizada em Nairóbi, a capital do país. “Nós estamos até considerando o private equity se é isso que vai garantir maiores retornos para os nossos participantes.”

O volume de ativos sob gestão no fundo, que tem 1,7 milhão de participantes, aumentou 12% em 2015, passando para 172 bilhões de xelins (US$ 1,7 bi) em dezembro último, informou o NSSF em seu relatório anual.

A mudança de foco veio após o fundo registrar uma rentabilidade de 3% em 2015 em comparação com 7,5% em 2014. A mudança também se deve às diretrizes, publicadas no ano passado, que permitem aos fundos de pensão investir até 10% de seus ativos em private equity e venture capital para fins de diversificação.

“Estamos analisando diversas firmas de private equity”, disse Omerikwa. “Sujeitamos algumas delas a um processo de análise bastante rigoroso, mas ainda não decidimos nada. Trata-se de um processo em andamento.”

Novas classes

Os fundos de pensão têm demorado para investir em novas classes de ativos porque a Retirement Benefits Authority e a Capital Markets Authority ainda não finalizaram a regulação pertinente. De acordo com uma pesquisa do Alexander Forbes Group Holdings Ltd., 95% dos 814 bilhões de xelins sob gestão na indústria previdenciária queniana encontram-se investidos em renda fixa e variável.

De acordo com dados da Retirement Benefits Authority, a indústria cresceu 3,3% em 2015 apesar da queda de 11% no índice Nairobi Securities Exchange All Share Index no ano passado, e retornos, em moeda local, da ordem de 5% na renda fixa segundo a Bloomberg.

“Precisamos de retornos que superem a inflação em pelo menos 4 pontos percentuais ano-a-ano e permitam que os participantes alcancem um nível adequado de benefícios na aposentadoria”, afirma Alexander Forbes, CEO da Sundeep Raichura no Quênia.

A baixa correlação do private equity com a renda fixa e variável ajuda a elevar a rentabilidade, diz Ayisi Makatiani, CEO da Fanisi Venture Capital Ltd. As firmas de private equity também podem ajudar os fundos de pensão a fazer frente às suas obrigações de mais longo prazo, acrescenta Forbes. 



Bloomberg
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