ESTÍMULO AOS INVESTIMENTOS DOS FUNDOS DE PENSÃO


Uma força-tarefa com membros do Tesouro, Banco Mundial, S&P Global Ratings e bolsa de valores de Johanesburgo (JSE) foi criada para viabilizar títulos de projetos listados a fim de estimular os investimentos de fundos de pensão na infraestrutura.  

 

Reguladores, governo e bancos estão estudando novas formas de financiar a infraestrutura face ao encarecimento dos recursos internacionais ocasionado por incertezas econômicas e pelo enfraquecimento da moeda da África do Sul, o rand. Uma pesquisa da PwC indica que os títulos de projetos poderiam ser uma boa solução para lidar com a questão.

 

De acordo com o Tesouro, o país gastou mais de R1 trilhão em infraestrutura nos últimos seis anos.

 

Em médio prazo, outros R800 bilhões deverão ser dedicados ao setor no âmbito do programa de infraestrutura do governo, com empresas estatais respondendo por R400 bilhões em investimentos.

 

O governo quer que esses gastos estimulem mais investimentos do setor privado.

 

Financiar a infraestrutura com recursos dos fundos de pensão é um desejo antigo do governo, que já ameaçou impor tais investimentos por meio da legislação caso os fundos não o fizessem voluntariamente.

 

Os títulos de projetos listados seriam um instrumento de dívida emitido pela JSE. O chefe de mercados primários da bolsa, Prejelin Naggan, disse haver, na África do Sul, R4,8 trilhões em ativos bancários e cerca de R9 trilhões em ativos de fundos de pensão disponíveis que não estão sendo devidamente utilizados para desenvolver a infraestrutura do país.

 

Nos bastidores da conferência “Infrastructure Africa” realizada na cidade de Sandton, Naggan também afirmou que os títulos de projetos já foram utilizados para financiar a infraestrutura em mercados emergentes como Malásia e Hong Kong.

 

No relatório intitulado “The rise of nonbank infrastructure project finance”, a PwC afirmou que os títulos de projetos são uma boa fonte de novos financiamentos. Tais títulos ainda não foram amplamente utilizados na África do Sul ou no continente africano.

 

Konrad Reuss, representante da S&P na África do Sul e África subsaariana, disse ter ajudado a JSE na estruturação dos títulos. Presume-se que se forem emitidos, os papéis serão classificados pela agência.

 

Reuss declarou ainda que os projetos africanos são majoritariamente financiados pelo governo ou por bancos de desenvolvimento, com o setor privado desempenhando um papel diminuto. “Os chineses e os bancos de desenvolvimento não têm condições de fazer todo o trabalho. A iniciativa privada precisa entrar em cena em algum momento”, ponderou.



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