A
OCDE recomenda que os planos de pensão disponíveis a funcionários públicos e
trabalhadores do setor privado tenham as mesmas regras e direitos. A recomendação
é uma das principais mensagens do 2016
Pensions Outlook, relatório divulgado na segunda-feira.
O estudo revela que na metade dos
países-membros da OCDE (35 no total), os direitos acumulados pelos funcionários
públicos em final de carreira são 20% mais elevados do que os direitos
adquiridos pelos trabalhadores do setor privado. A organização utilizou como
referência as taxas de reposição.
“A OCDE recomenda uma estrutura que
preveja as mesmas regras para os setores público e privado”, diz o estudo. “Tal
padronização facilita a mobilidade laboral e aumenta a eficiência.”
O think tank diz que muitas das justificativas que davam respaldo a regimes
previdenciários diferenciados para o funcionalismo público tornaram-se “menos relevantes”
e que os planos de pensão dos servidores públicos vêm sendo alinhados aos do setor
privado em função de reformas implementadas desde a década de 90.
No entanto, a organização observa que
muitos de seus países-membros ainda mantêm “sistemas segregados com
características bastante distintas” no que se refere às regras e direitos em
vigor para os funcionários públicos e pessoas que trabalham na iniciativa
privada.
Bélgica, França, Alemanha e Coréia
são os únicos quatro países da OCDE que possuem um sistema totalmente distinto para
o funcionalismo público. Outros dez países, a exemplo do Reino Unido, possuem
sistemas com componentes específicos para os servidores; dezessete não têm um regime
especial para o funcionalismo, e quatro detêm “sistemas tecnicamente segregados
para os servidores, embora ofereçam benefícios semelhantes para os empregados
do setor privado”.
Um
das vantagens de se igualar as regras aplicáveis aos setores público e privado,
de acordo com a OCDE, é a obtenção de “economias de escala significativas” na
gestão dos sistemas, em especial no que diz respeito ao pagamento de benefícios
e manutenção de registros.
“Além disso”, acrescenta a
organização, “restringir a mobilidade dos trabalhadores entre os setores é
ineficiente, pois introduz limitações à gestão pessoal da carreira, além de
restringir a capacidade dos trabalhadores de se adaptar a mudanças setoriais e aproveitar
novas oportunidades de emprego”.
A
maior parte do relatório revela preocupação com o crescimento dos regimes
previdenciários baseados na capitalização, sobretudo em relação ao aumento dos
planos de Contribuição Definida e suas implicações sobre o desenho dos programas,
o provimento de aconselhamento e educação financeira e o papel dos provedores
de anuidades.
IPE