Uma questão martelava na minha cabeça esta
manhã enquanto a minha escova de dentes conduzia a minha rotina de profilaxia
diária antes de encaminhar os resultados diretamente para a minha máquina de
café. Vou poupá-los dos detalhes, mas a máquina emitiu um som para me avisar
que eu poderia estar ficando gripado. Como resultado, o café teve gosto de
xarope para gripe; afinal, é melhor ser precavido. Na verdade, isso tudo não
passa de uma brincadeira, mas a mensagem que eu quero transmitir a respeito do
futuro é real... e séria.
O futuro - quando objetos do cotidiano
terão sensores embutidos, conectando-se uns aos outros, capazes de coletar e
compartilhar volumes de dados sem precedentes - mudará significativamente a
maneira como vivemos, trabalhamos, gastamos o nosso dinheiro e poupamos.
A internet
já é considerada por muitos como a terceira revolução industrial, e uma mudança
de paradigma tecnológico dessa magnitude demandará adaptações por parte de
todos os tipos de empreendimentos, incluindo a indústria de fundos de pensão.
O futuro, com certeza, já chegou. A
empresa Fitbits, entre outras, já
desenvolveram pulseiras discretas que se conectam a smartphones e monitoram o movimento do corpo, exercícios e padrões
de sono. Tais empresas são cada vez mais comuns.
Não precisamos que Phillip K. Dick pinte
um quadro do futuro próximo, quando essas informações serão utilizadas para traçar
um perfil muito mais detalhado da saúde e longevidade dos participantes de
planos de benefícios.
Wealthfront, um “consultor financeiro
robô” californiano que utiliza tecnologia, algoritmos e uma mentalidade digna
do Vale do Silício, vem conquistando Wall
Street. A empresa, que num intervalo de apenas um ano deixou de gerenciar US$500
milhões para atingir a cifra de US$2 bilhões, afirma que seus clientes deixaram
de pagar aproximadamente US$ 10 milhões em taxas no período. Outro registro interessante no outro lado do
oceano é a Acorns, uma start-up que administra um aplicativo
inovador desenvolvido com o intuito de ajudar as pessoas a começar a fazer
investimentos.
O fato é que as pessoas estão gastando
seu dinheiro de maneira diferente; pagamentos virtuais como o Apple Pay ganham espaço rapidamente.
Numa era em que grandes volumes de informações são trocados com facilidade,
será muito mais fácil para os que têm acesso a esses dados ver como e quando as
pessoas ganham e gastam seu dinheiro.
Algumas empresas mais avançadas já são
capazes de entender como os jovens pensam e se relacionam com o mundo,
propondo-se a oferecer-lhes soluções que atendam às suas necessidades.
Todos nós sabemos que, no universo CD,
o comprometimento do participante para com o plano é fundamental. Também
sabemos que a “geração do milênio” será a primeira a depender totalmente dos
planos de Contribuição Definida para formar sua poupança de aposentadoria. O
mundo moderno oferece muitos desafios e, ao mesmo tempo, inúmeras oportunidades
para a indústria de fundos de pensão.
Por um lado, a disputa por atenção e
comprometimento será mais acirrada do que nunca. Por outro, a qualidade em
potencial da análise que poderemos fazer de nossos participantes será muito
maior.
A era da longevidade baseada em
estatísticas acerca do “participante médio”, com padrões estabelecidos para a
totalidade dos planos, pode estar perto do fim. Além disso, é melhor já irmos
nos despedindo das distinções artificiais que temos atualmente, seja entre
trabalho e lazer, redes sociais e profissionais, ou aposentadoria e o resto de
nossas vidas.
O que nós deveríamos estar fazendo
para nos adaptarmos a esse admirável mundo novo? Boa pergunta... Vou conversar
com o meu celular e já já lhes dou uma resposta.
Por Matthew Binnington, gestor de desenvolvimento de
negócios da PTL, Reino Unido.
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