O sistema de aposentadoria de Porto Rico, atualmente à
beira da insolvência, aderiu a uma ação contra o UBS Group AG, acusado de prover baixos retornos sobre os
investimentos feitos com o montante de US$ 3 bilhões que o fundo pegou emprestado
na tentativa de reforçar os seus cofres.
O banco UBS subscreveu os títulos vendidos pelos sistemas
de aposentadoria de funcionários públicos e servidores do judiciário em 2008,
tendo prestado consultoria nos investimentos. A receita proveniente do
reinvestimento desses recursos deveria exceder, e muito, o custo do empréstimo,
gerando lucro. Mas Porto Rico afirmou, por meio de nota, que grande parte desses
recursos foram direcionados a contas de baixa rentabilidade que produziram “retornos
negativos desde o primeiro dia”.
O UBS já
foi um importante banco nos EUA, mas tornou-se inadimplente em relação a uma
larga parcela de suas dívidas tendo, por isso, sido colocado sob supervisão
financeira federal. O banco atuava legalmente como subscritor, consultor
financeiro e gestor de fundos de títulos apesar de o desempenho em diferentes
funções ser proibido nos EUA em razão de conflitos de interesse.
O banco já
pagou milhões para liquidar a divida com os investidores que adquiriram os títulos
de Porto Rico, embora não tenha admitido ou negado qualquer má-fé na condução
das transações. Peter Stack, porta-voz do UBS, se recusou a comentar o assunto.
Na
terça-feira, o fundo de pensão de Porto Rico disse que havia decidido aderir à
ação contra o UBS e duas corretoras menores iniciada em 2011 por seis
beneficiários.
Os fundos
de pensão de Porto Rico estão quase insolventes, detendo apenas 4% dos ativos necessários
para fazer frente às obrigações, de acordo com dados auditados referentes ao
exercício encerrado em junho de 2014 (os mais recentes disponíveis). O maior
deles pode quebrar já em 2018.
“Em vez
de esperar que nossos fundos fiquem insolventes, o conselho decidiu lidar com
antigos problemas do sistema, buscando a compensação de prejuízos em nome dos
participantes e pensionistas”, afirmou, em nota, Pedro R. Ortiz, administrador
do sistema.
Bloomberg