KIRCHNER GARANTE SEU MODELO ECONÔMICO NO FUTURO DA ARGENTINA
Uma das medidas mais radicais e controversas implementadas durante o mandato populista de Cristina Fernández de Kirchner foi a estatização dos fundos de pensão privados em 2008.

Além de confiscar US$ 29,3 bilhões em poupança previdenciária, o governo fez uso das participações significativas que os fundos detinham em inúmeras empresas para indicar membros para os conselhos, aumentando consideravelmente o controle estatal sobre o setor privado.

Embora nenhum dos candidatos de oposição tenha proposto qualquer tipo de reversão da reforma, a administração Kirchner não quer correr riscos. Tanto que na semana passada o governo aprovou uma lei que dificulta ao máximo a venda dessas ações por futuros governos: daqui por diante, serão necessários dois terços de votos a favor em ambas as casas legislativas a fim de viabilizar tais transações.

Como os correligionários de Kirchner devem manter sua influência no Congresso Nacional no futuro próximo, o bloco tende a garantir o poder de veto sobre quaisquer vendas de ações, independente de quem venha a ganhar as eleições no final deste mês.

O governo argentino também esboçou uma legislação que limita os extraordinários poderes acumulados pela presidência desde que o casal Kirchner chegou ao poder, em 2003. Mas não esperem que Cristina venha a revelar seu Montesquieu interior. Sua administração já sinalizou que o projeto só será aprovado caso um candidato da oposição ganhe as eleições.

Sendo assim, embora Cristina tenha apenas mais alguns meses no poder, seu modelo econômico tende a se perpetuar. 



Cato Institute
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br