Acadêmicos, engenheiros civis e arquitetos da Dinamarca votaram a favor
da venda de investimentos em carvão, petróleo de alto risco e gás por parte de
seus fundos de pensão devido ao papel que tais ativos desempenham em questões climáticas.
Em contrapartida, advogados, veterinários e engenheiros de outras áreas
manifestaram-se a favor de tais investimentos. Os seis fundos de pensão
envolvidos na consulta abrangem cerca de 5% de todos os trabalhadores do país e
possuem, juntos, €32 bilhões (£23,8 bilhões) em ativos.
Em entrevista ao The Guardian,
Thomas Meinert Larsen, professor da Universidade de Copenhague e participante
ativo da campanha de desinvestimento, afirmou: “Estamos muito felizes com o
sucesso obtido até agora. É bastante estimulante termos tido maior apoio este
ano em comparação ao ano passado. Acreditamos que esse movimento só tende a
acelerar.”
Embora algumas pessoas acreditem que o melhor caminho seria o
engajamento junto às companhias investidas, Larsen tem opinião diferente:
“Essas pessoas afirmam que o engajamento pode ser a solução. Então eu lhes
pergunto: você poderia nos dar algum exemplo? Nesse momento elas se calam.”
Instituições como fundos de pensão, universidades e organizações
religiosas estão cada vez mais comprometidas com o desinvestimento em
combustíveis fósseis, um movimento que vem ganhando fôlego. Recentemente, a
Igreja da Inglaterra afirmou que retiraria seus investimentos em carvão e areia
asfáltica, dois dos combustíveis fósseis mais poluentes, em função de seu
impacto sobre as mudanças climáticas e as populações mais pobres.
Além de questões éticas, esse tipo de desinvestimento também tem viés
financeiro. Estudos demonstram que quando a necessidade de lidar com questões
climáticas é incorporada a algumas reservas de combustíveis fósseis e, por consequência,
a tais investimentos, chega-se à conclusão de que os ativos estão
supervalorizados.
The Guardian