COMO O FINANCIAMENTO ESTUDANTIL ESTÁ PREJUDICANDO O PLANEJAMENTO DA APOSENTADORIA
Os níveis de dívida estudantil têm se multiplicado e os americanos vêm poupando pouco para a aposentadoria. A relação entre essas duas informações não é lá muito óbvia. Como um elevado nível de dívida estudantil pode prejudicar a capacidade de planejar uma aposentadoria confortável?

A fim de responder a essa pergunta, Alicia Munnell, diretora do Centro de Pesquisas de Aposentadoria do Boston College (CRR), e seus colegas, fizeram um pequeno ajuste numa medida desenvolvida pelo CRR para quantificar as perspectivas de aposentadoria nos Estados Unidos.

O Índice Nacional de Risco de Aposentadoria (National Retirement Risk Index - NRRI), elaborado pelo grupo de estudiosos, utiliza dados da Pesquisa sobre Finanças do Consumidor do Federal Reserve Bank com o intuito de comparar o quanto as pessoas estão economizando para a aposentadoria e o quanto precisarão para manter o padrão de vida na idade avançada.

Tomando-se como base uma dívida estudantil de 18 mil dólares, o índice demonstra que 52% dos americanos correm o risco de não conseguir poupar o suficiente para manter o padrão de vida na velhice. Se o volume de dívida for elevado para US$ 31.000 - a média de 2013 entre os estudantes universitários - e ampliado o universo de pessoas com empréstimos estudantis de forma a refletir a situação atual, as previsões tornam-se ainda mais sombrias.

Quando o CRR atualizou os cálculos para refletir os atuais volumes de dívida estudantil, a parcela de indivíduos sob ameaça de não pouparem o suficiente chega a 56,6%.

“Nosso mais recente estudo evidenciou que a dívida contraída pelos estudantes pode ter grande impacto sobre a preparação para a aposentadoria, uma vez que implica na redução das contribuições individuais aos planos CD e adiamento da compra da casa própria”, explica Munnell.

Para dar uma ideia do que significa esse 4,6% a mais, o relatório salienta que “um corte generalizado de 19,6% nos benefícios pagos pela Previdência Social (excluindo-se os atuais aposentados), com o intuito de financiar, em longo prazo, o déficit existente no sistema, elevaria o NRRI em 10,7 pontos percentuais.”

Os autores concluem que “projetar os efeitos do crescimento da dívida estudantil no futuro surte um impacto que equivale a praticamente metade do impacto gerado por um corte radical e sem precedentes na mais importante fonte de renda de aposentadoria do país.”



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