SAÍDA DA UNIÃO EUROPEIA PODE TRAZER BENEFÍCIOS PARA OS FUNDOS DE PENSÃO DO REINO UNIDO EM CURTO PRAZO; EM LONGO PRAZO GERARÁ INCERTEZAS


A saída do Reino Unido da União Europeia deve dar, em curto prazo, um “pequeno impulso” aos fundos de pensão, mas o impacto em longo prazo é mais difícil de avaliar, indica relatório da Society of Pension Professionals.

A SPP, que representa os consultores e prestadores de serviço dos fundos de pensão e seus patrocinadores, revelou, em relatório publicado nesta terça-feira, que o chamado Brexit “pode representar uma das maiores ameaças ou oportunidades para as pensões do Reino Unido nesta geração. Ninguém na indústria pode se dar ao luxo de ser complacente: os números são significativos”.

A SPP considerou os efeitos do Brexit na classificação de crédito do Reino Unido, na moeda, e nos títulos indexados de longo prazo.

Caso a saída se confirme, o afrouxamento de regulações indesejadas poderia ser positivo para a classificação de crédito do Reino Unido; por outro lado, o movimento pode ser prejudicial se for interpretado pelos mercados como um distanciamento entre o país e seu principal parceiro comercial, a Europa, avalia o relatório.

 “Embora seja difícil avaliar, hoje, os riscos em longo prazo, a situação dos fundos de pensão merece a atenção de todos, já que as entidades têm um horizonte de investimento que perdura por décadas”, disse o relatório.

Em relação à libra esterlina, o relatório atestou que a moeda pode enfraquecer em curto prazo, mas que isso beneficiaria a maioria dos fundos de pensão que ainda não possuem hedge  para as carteiras de ativos estrangeiros.

Se a saída da UE vier a aumentar a incerteza do mercado e levantar questões sobre a solidez financeira de longo prazo do Reino Unido, a rentabilidade dos títulos indexados de longo prazo pode aumentar um pouco. Isso beneficiaria a maioria dos fundos de pensão, uma vez que eles não têm cobertura total para o passivo, aponta o relatório.

O relatório diz ainda que a desvinculação em potencial dos fundos de pensão britânicos da legislação e regulamentação da UE pode ser beneficial, mas advertiu que se o Reino Unido aderir ao Espaço Econômico Europeu (EEE), o país ainda poderá ser obrigado as cumprir as regras previdenciárias em vigor na UE.

A SPP acredita que o Reino Unido ainda teria que observar as regras adotadas na UE no caso do Brexit. Ao adotar um modelo semelhante aos acordos da Noruega ou Suíça com a UE, o Reino Unido “perderia influência sobre o desenho de políticas do bloco apesar de continuar sujeito a elas”.

A decisão de sair da UE e a consequente incerteza de como ficarão as relações do Reino Unido o com o UE “pode afetar seriamente a rentabilidade dos títulos”.  



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