A Federação Previdenciária Holandesa
alertou que a redução da ultimate forward
rate (UFR), taxa utilizada para descontar os passivos previdenciários,
servirá para aumentar a volatilidade no âmbito da nova Estrutura de Avaliação
Financeira (FTK) dos fundos de pensão.
A
organização afirmou que a taxa mais baixa “não condiz” com um dos principais
objetivos da nova estrutura, que é justamente o de aumentar os níveis de
estabilidade. A federação também disse que pretende discutir o assunto com o
Parlamento e com a Secretária de Assuntos Sociais, Jetta Klijnsma.
Há alguns meses, o Banco Central Holandês
pegou muitas entidades de surpresa ao reduzir a taxa de desconto de 4,2% para
3,3%. Ao tomar a decisão, o regulador declarou que a nova taxa era mais
“realista, equilibrada, sustentável e justa”.
A Federação Previdenciária Holandesa
argumenta, no entanto, que os fundos de pensão ficarão ainda mais suscetíveis a
oscilações nas taxas de juros após o corte, que “teria aberto a janela durante a
tempestade”. Ainda segundo a federação, a decisão do regulador de optar por uma
taxa de desconto mais focada nos mercados financeiros seria “ilógica”,
particularmente quando a política de “quantitative easing” do Banco Central
Europeu parece estar surtindo forte impacto sobre as taxas de juros.
Klijnsma, por sua vez, deixou claro
que o governo não está procurando mitigar os efeitos das baixas taxas. Numa
carta endereçada ao parlamento, ela afirmou que o governo julgava importante
que as taxas de juros aplicáveis aos fundos de pensão fossem “definidas da
forma mais precisa possível”.
A carta da Secretária acompanhou um
relatório que analisa o impacto do novo FTK, o ambiente de baixas taxas de
juros e a influencia da taxa de desconto sobre a situação financeira dos fundos
de pensão.
Uma das conclusões do relatório em
questão é que a redução da taxa de desconto acarretaria reajustes da ordem de
6% nas contribuições. Entretanto, espera-se que os prêmios sejam reajustados
obedecendo-se um teto de 1% no ano que vem, dado que muitos fundos já cobram
contribuições acima do que seria necessário para cobrir os custos dos planos.
O relatório também concluiu que o
impacto da UFR sobre os prêmios será bastante variado. Para a maioria dos
trabalhadores, presume-se que não deve haver mudanças. Contudo, para um pequeno
grupo de participantes, principalmente aqueles filiados a planos cujas
contribuições cobrem menos de 80% dos custos reais, o aumento pode superar 30%.
IPE