DIFICULDADES DE TI FORÇAM A SYNTRUS ACHMEA A ABANDONAR OS FUNDOS SETORIAIS


A Syntrus Achmea Pensioenbeheer, empresa que gerencia benefícios para a indústria previdenciária holandesa, informou que deixará de fornecer serviços aos fundos setoriais, já que o seu novo sistema de TI não tem conseguido acomodar “o elevado nível de complexidade” dos contratos.


A empresa declarou que se viu forçada a tomar a decisão “drástica” após ter ficado evidente que o novo sistema não poderia acomodar os diferentes planos de pensão administrados por tais fundos, bem como as suas numerosas “exceções”.

 

De acordo com um porta-voz da Syntrus, a empresa concluiu que não conseguiria resolver o problema em prazo razoável. Como resultado, centenas de empregados deverão ser despedidos. No momento, os fundos setoriais representam 23% dos negócios da companhia.

 

Cinco desses fundos deixaram a empresa e procuraram outros provedores de serviços; dois decidiram fechar no ano que vem, e a Syntrus se comprometeu a viabilizar a transferência de outros quinze até 2019.

 

A gestora de benefícios está investindo em um novo sistema de TI com o objetivo para aumentar a precisão das informações e reduzir custos em pelo menos 20%, minimizando, assim, as perdas sofridas pela área de gestão previdenciária desde a sua criação, em 2009.

 

O sistema também se dedica a lidar com questões de qualidade que levaram à saída de diversos cliente de grande porte, como os fundos dos setores varejista, de confecção, fabricação de pneus e volantes.

 

No fim do primeiro semestre, quando anunciou o novo sistema pela primeira vez, a empresa já havia chamado a atenção para a necessidade de harmonização dos planos de pensão.

 

Tom van der Spek, diretor de Old-age Provision da Syntrus, disse à publicação IPE Pensioen Pro que a empresa precisaria investir milhões para que o antigo sistema de TI continuasse a atender às necessidades dos clientes setoriais. “Dada a redução no número de tais fundos, esses investimentos tornaram-se injustificáveis”, alegou o executivo.

 

Van der Spek acrescentou que a Syntrus passaria a dar maior enfoque aos fundos de pensão corporativos, bem como ao Fundo de Pensão Geral (APF) da seguradora Centraal Beheer, que integra o Grupo Achmea.

 

O porta-voz da companhia informou que a estratégia da Achmea também inclui o crescimento da área de gestão de ativos.

 

O provedor atende hoje cerca de setenta fundos de pensão, incluindo 23 fundos setoriais. Ainda não se sabe quais serão as implicações da decisão da Syntrus sobre a equipe interna, composta por aproximadamente 700 profissionais.

 

Segundo o sindicato FNV, a expectativa é que cerca de 500 postos de trabalho “desapareçam” nos próximos dois anos; a Syntrus, por sua vez, disse que esse número deve girar em torno de “algumas centenas”. 



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