Fundos
de pensão interessados em investir em imóveis comerciais estão expandindo seus horizontes
e apostando cada vez mais em mercados secundários e fundos internacionais.
Embora a maior parte das
entidades ainda tenha poucos ativos investidos em imóveis, é crescente o
interesse pelo segmento, que oferece retornos estáveis e diversificação às
carteiras. Os fundos de pensão públicos dos Estados Unidos possuem, hoje, 7,2%
das carteiras (aproximadamente US$752 milhões) alocados em imóveis comerciais. Esse
patamar está abaixo da meta para a indústria, que é de 8,2% segundo a empresa
de pesquisa londrina Preqin.
“O segmento imobiliário é um
investimento atrativo para os fundos de pensão neste momento de recuperação da economia
e do setor de imóveis comerciais. Contudo, não é possível alterar a carteira
desses investidores de uma hora para outra”, ressalta Steve Collins, diretor
internacional da área de Mercados Financeiros da gestora nova-iorquina Jones
Lang LaSalle. Dependendo de quão agressivo um determinado fundo deseja ser, o prazo
de revisão do portfólio pode variar de três meses a mais de um ano, explica o
especialista.
Nos EUA, os fundos de pensão buscam,
cada vez mais, elevar os retornos e diversificar as carteiras imobiliárias. Uma
alternativa que vem ganhando adeptos são os investimentos em fundos
imobiliários globais, movimento capitaneado pelo CalSTRS, gigante público
californiano com patrimônio de US$ 181 bilhões. Posteriormente, outras
entidades como CalPERS, University of
Texas Investment Management Co. e State Teachers Retirement System of Ohio
percorreram o mesmo caminho. Até mesmo o State
of Virginia Retirement System, que é de médio porte, investe atualmente cerca
de 5% de sua carteira imobiliária em fundos internacionais.
Mercados
secundários
Os fundos de pensão também têm
expandido seus investimentos para mercados secundários em busca de maior
rentabilidade, uma tendência que beneficia asset
managers especializadas, a exemplo da Beacon
Investment Properties, da Flórida. A Beacon
é uma gestora de fundos imobiliários voltados para mercados secundários, cuja
clientela é formada majoritariamente por investidores institucionais. Ariel
Bentata, co-fundador da empresa, afirma que os investidores, em geral, têm
migrado dos grandes centros para mercados secundários em função dos baixos
níveis de retorno e da natureza dos riscos envolvidos.
A Beacon adquiriu recentemente um prédio de escritórios de 36 andares
em Chicago numa joint venture com a UBS Global Asset Management, encarregada
da gestão da conta. Localizado na área central da cidade, o edifício foi
comprado por estimados US$ 63,75 milhões. Atualmente, a Beacon está em processo de estruturação de outro acordo com
características similares na cidade de Houston, Texas, tendo como sócio na joint venture um fundo de pensão. “Essas
transações demonstram que há procura por maior rentabilidade em bons mercados
que não sejam os tradicionais, isto é, Washington e Nova York. Muitos
investidores abandonaram esses mercados após a recessão”, afirma Bentata.
A Beacon também tem sido o destino de alguns fundos de pensão
estrangeiros interessados em investir em mercados secundários nos EUA. O
executivo diz que assim como acontece nos Estados Unidos, muitas entidades têm sido
obrigadas a lidar com a precificação competitiva e os retornos mais baixos providos
pelos mercados primários em seus países de origem. “Alguns dos mercados nos
quais investimos são bastante fortes apesar de não serem os mais importantes,
como é o caso de Houston, Dallas e Denver”, diz Ariel Bentata. Ele acrescenta
que, atualmente, muitos negócios em Nova York envolvem rentabilidade máxima abaixo
de 5%, tornando difícil o alcance da meta por parte dos fundos de pensão. A
cidade de Atlanta também tem atraído investimentos no último ano devido à recuperação
econômica e do mercado de trabalho. Segundo o co-fundador da Beacon, esses são mercados com altos
níveis de absorção e taxas de aluguéis mais altas do que os mercados primários.
Outra tendência entre os fundos
de pensão que deverá ganhar força nos próximos anos são os investimentos em
fundos de desenvolvimento (development
funds), observa Steve Collins, da gestora Jones Lang LaSalle. “Começaremos
a ver alguns fundos de pensão investindo em fundos que tem o desenvolvimento
como ponto central de suas atividades.”
National Real Estate Investor