A última fase do
programa de inscrição automática do governo teve a adesão de 95% das pequenas
empresas.
No Reino Unido, todos os
empregadores terão que oferecer um plano de pensão aos funcionários com idade
superior a 22 anos e renda acima de £10.000 anuais.
A introdução do mecanismo é um
processo gradual, com 66% dos trabalhadores já inscritos.
As últimas fases são vistas como as
mais difíceis, já que envolvem a inscrição, em planos de aposentadoria, de profissionais
como babás, cuidadores, encanadores e funcionários de pequenos estabelecimentos
comerciais.
Isso significa que os empregadores
que possuem apenas um ou dois funcionários terão que incluir alguma política
previdenciária em seus contratos de trabalho. Esse grupo representa mais de um
terço do total de pessoas abrangidas pelas regras de inscrição automática.
Os empregados poderão deixar os
planos de pensão se assim o desejarem.
O sistema de inscrição automática
foi introduzido em 2012 com o objetivo de garantir que os trabalhadores economizassem
o suficiente para complementar os benefícios pagos pelo regime previdenciário
estatal.
A implantação gradual do mecanismo
levará anos para ser concluída, mas até agora os reguladores registram bons
níveis de adesão por parte de empregadores e empregados, que contribuem para os
planos.
“Os níveis de adesão alcançados condizem
com as nossas melhores expectativas. Os níveis de poupança sofreram mudanças
significativas, mas sabemos que ainda há muito a ser feito” disse Charles
Counsell, diretor-executivo de Inscrição Automática do The Pensions Regulator
(TPR).
“Totalmente inadequada”
Entre os desafios está a definição
dos níveis contributivos, considerados insuficientes por alguns. Existe a
preocupação de que os trabalhadores sintam-se confortáveis com os baixos níveis
de contribuição, achando que assim estarão garantindo uma boa renda de
aposentadoria, para posteriormente descobrirem que o beneficio não será
suficiente para manter o padrão de vida almejado.
Novos dados do TPR mostram que a
contribuição média dos empregadores é de 3% do salário anual do empregado.
Steve Webb, que foi ministro da
Previdência na época em que o sistema foi criado e agora atua como diretor de Políticas
da seguradora Royal London, afirmou
que as taxas de contribuição são “totalmente inadequadas para proporcionar uma
aposentadoria decente”.
“O fato de as empresas contribuírem,
em média, com apenas 3% dos salários demonstra o enorme desafio que teremos de
enfrentar”, disse ele.
“O principal foco de revisão das
políticas de inscrição automática em 2017 deve ser o de alcançarmos, o mais
rapidamente possível, níveis contributivos realistas para empregadores e
empregados. Sem isso, milhões de trabalhadores das próximas gerações simplesmente
não poderão se dar luxo de se aposentar.”
As taxas mínimas de contribuição devem
aumentar de 2% para 5% em abril de 2018, passando para 8% em abril de 2019.
Um porta-voz do Ministério do Trabalho
e Previdência declarou: “Nós queríamos tornar o processo o mais fácil possível
para as empresas, por isso tomamos a decisão de aumentar gradualmente os
valores contributivos. Sabemos que as pessoas terão que poupar mais e esse
assunto será tratado na revisão que faremos em 2017.”
Também há certa preocupação com alguns
fundos que administram os planos voltados para as pequenas empresas, conforme
revelou uma investigação da BBC.
BBC News