FUNDO DE PENSÃO ESTATAL GERA OPINIÕES CONTROVERSAS


Os cidadãos sul-africanos que não possuem um plano de pensão ou fundo providente (que permite o saque em forma de pecúlio no ato da aposentadoria) estão divididos sobre a adesão compulsória a um fundo de pensão patrocinado pelo governo, informa artigo publicado pela consultoria Old Mutual Corporate. O relatório contém dados de uma pesquisa junto a 800 trabalhadores com idades entre 18 e 64 anos, e que atualmente não possuem uma pensão ou ‘provident fund’, cujo objetivo é apurar o seu nível de satisfação com sua poupança de aposentadoria.

Craig Aitchison, gerente-geral da Old Mutual Corporate, afirmou que o governo havia se comprometido com a promoção da poupança previdenciária via a introdução de reformas que estimulariam os empregados a poupar e economizar o suficiente para a aposentadoria.

Uma das soluções propostas foi a introdução de uma lei que tornaria obrigatória a inscrição de empregados que ainda não têm plano de pensão numa entidade patrocinada pelo governo. “A pesquisa revelou que 51% dos respondentes é contra a possibilidade do empregado sair de tal fundo, enquanto 49% indicaram que ele deveria ter esse direito”, disse Aitchison.

Entre aqueles que favorecem a possibilidade de desligamento do plano, 55% a justificam alegando o livre arbítrio, ao passo que 18% manifestam receio de não conseguir arcar com as contribuições devido à limitação de renda. “Em contrapartida, 8% afirmam não confiar no governo. Esse é um percentual pequeno e positivo. É bom saber que entre as pessoas que não querem permanecer no plano, a falta de confiança no governo é fator pouco relevante.”

Embora haja uma ‘rachadura’ entre os respondentes contra e a favor da adesão obrigatória ao fundo, dois em cada três afirmam que possivelmente entrariam no plano. “Esse dado sugere que os sul-africanos de fato enxergam as vantagens trazidas por tal fundo.”

Aitchison disse ainda que os empregados de carteira assinada, seja em período integral ou parcial, mostraram-se mais inclinados a participar do fundo de pensão, postura que difere da adotada por profissionais liberais.  Os respondentes também foram questionados sobre a criação de um fundo de pensão patrocinado pelo empregador. “67% indicaram gostar ‘muito’ ou ‘razoavelmente’ da ideia.”

Ao serem perguntados sobre em qual dos dois fundos estariam mais inclinados a entrar, presumindo-se que ambos paguem os mesmos valores de benefícios, 49% disseram preferir o fundo patrocinado pelo empregador, enquanto 15% escolheriam o fundo do governo. Segundo Aitchison, a pesquisa também deixou clara a necessidade de realização de reformas previdenciárias no país.  



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