FUNDOS DE PENSÃO ALCANÇAM 70% DO PIB, MAIOR VALOR DESDE 1981


Os US$ 165 bilhões em recursos acumulados nas contas individuais administradas pelas AFP correspondem, hoje, a 69,5% do PIB chileno, a maior proporção em relação ao Produto Interno Bruto alcançada desde a criação do sistema, em 1981.

Os dados divulgados pela Superintendência de Pensiones tomam como base o PIB de setembro de 2014. A proporção dos recursos como porcentagem do PIB em 2014 supera em 7,3 pontos percentuais o valor registrado em 2013.

O Gerente de Pesquisas da Associação que congrega as AFP, Roberto Fuentes, explica que o montante acumulado é composto por 30% de contribuições dos participantes e 70% de rentabilidade obtida pelas AFP em nome desses participantes, que desde 1981 gira em torno de 8,6% anuais.

 Em 2014, a rentabilidade positiva dos fundos de pensão (8,6% de rentabilidade real no Fundo A e 6,8% no fundo E) foram muito importantes segundo a economista-chefe da Econsult, Michelle Labbé. Soma-se a isso os maiores níveis contributivos decorrentes do ingresso dos profissionais liberais no sistema.

A especialista ressalta a expansão de 11,4% dos recursos totais dos fundos de pensão em 2014 em comparação a um crescimento de apenas 1,7% do PIB no período.

A indústria de seguros, por sua vez, possui cerca de US$ 35 bilhões em patrimônio acumulado por detentores de contratos de renda vitalícia, montante que equivale a 15% do PIB.

Poupança e  pensões

Apesar do valor elevado de seu patrimônio, o sistema previdenciário vem sendo duramente criticado pelo pagamento de pensões de valor reduzido, as quais têm direito a maioria de seus participantes, situação que a indústria atribui principalmente ao aumento da expectativa de vida e aos longos períodos que os chilenos ficam sem contribuir para as AFP.

Apesar disso, Michelle Labbé acredita que os números são reflexo do sucesso do sistema e de suas políticas de investimento. “Chegar ao patamar de 65% do PIB é algo espetacular. Num sistema de repartição simples esse resultado tende a ser zero porque o que se contribui é utilizado para pagar os benefícios dos que já estão aposentados.”

Para a “Superintendente de Pensiones”, Tamara Agnic, não se pode medir um sistema apenas pelo seu desempenho financeiro, que “é relevante, porém insuficiente”.

Agnic destaca os investimentos feitos no mercado financeiro e de capitais, que ajudam a gerar instrumentos mais seguros e rentáveis, além de contribuírem para o aprimoramento da governança corporativa das empresas que recebem investimentos das AFP.

Apesar disso, a superintendente diz que “há um consenso de que o sistema previdenciário não está cumprindo o seu principal objetivo, que é o de garantir a proteção social da população na fase da aposentadoria”. “Se por um lado os investimentos dos fundos de pensão têm contribuído para o desenvolvimento do mercado de capitais, isso, por si só, não é suficiente para credenciar o sistema.”

O vice-presidente executivo da Associação de Seguradoras, Jorge Claude, declarou que “como país, devemos assumir responsabilidades perante as expectativas que as pessoas têm a respeito da renda de aposentadoria. Por outro lado, a sociedade precisa se dar conta da importância de poupar e investir para o futuro tanto no sistema obrigatório quanto no voluntário. Quanto mais jovem se começa a poupar, melhor”. 



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