O
governo das Ilhas Marshall está em busca de soluções para evitar o colapso do
fundo de pensão do país.
A Marshall
Islands Social Security Administration (MISSA) diz tratar-se de
uma crise muito grave e avisou que se não forem tomadas as medidas cabíveis, o
fundo entrará em colapso em 2023.
Nosso correspondente nas Ilhas
Marshall disse a Indira Moala que entre as alterações propostas está o aumento
da idade de aposentadoria e a redução de 22% nas pensões pagas a beneficiários.
Giff Johnson: O principal problema nas Ilhas
Marshall é que as pensões pagas a beneficiários continuam a subir, totalizando 20
milhões neste ano, ao passo que a receita proveniente dos impostos para tal fim
mantem-se estável em 13 milhões. Logo, somente aqui há um déficit de 7 milhões
de dólares que só fica maior a cada ano, e o fundo de pensão possui pouco mais
de 50 milhões de dólares. É por isso que se as coisas continuarem do jeito que
estão o fundo deve falir em 7 anos.
Indira Moala: Esse déficit anual de 7 milhões de
dólares foi aumentando lentamente e deve continuar a crescer se mudanças não forem
feitas. Houve algum alerta a respeito da possibilidade de colapso do fundo em
anos recentes?
Giff Johnson: Os técnicos da Previdência Social vêm
chamando a atenção para essa questão há 6 ou 7 anos, creio eu. As projeções
começaram a se materializar nos últimos anos. A Marshall Islands Social
Security Administration tem sido muito proativa no sentido de
deixar claro que há um problema iminente. Tudo isso evidencia a dificuldade de
se obter o suporte do governo para uma reforma que impõe uma série de desafios
políticos.
Indira Moala: Que impacto teria essa redução de 22%
nos pagamentos feitos aos beneficiários, considerada por você a melhor opção
neste momento?
Giff Johnson: Nas
Ilhas Marshall, os pagamentos a beneficiários variam de cerca de US$ 150 até US$
1100 - 1200 por mês. Tenho certeza que eles estão tentando ao máximo não impactar
as pensões de valor mais baixo, mas, essencialmente, alguém que esteja
recebendo mil dólares passará a receber cerca de US$ 800 dólares se a medida
for aprovada. De fato haverá certo impacto para as pessoas, mas por outro lado,
se quisermos continuar contando com o
fundo de pensão após 2023, precisamos reconhecer que a situação só piora a cada
ano e, se nada for feito, o déficit tende a aumentar.
RNZ