O Plano de Pensão dos
Professores de Ontário (Ontario Teachers'
Pension Plan – OTPP) tem um novo sócio num afluente aeroporto europeu em
fase de expansão.
Parte do aeroporto de Copenhague, na Dinamarca, está
mudando de mãos após a divisão de Infraestrutura da Macquarie ter vendido uma
participação de 27,7% ao plano de benefício estatal do país, conhecido como ATP Group, por 9,7 bilhões de coroas
dinamarquesas (US$ 1,9 bilhão). Associado à participação de 30% do OTPP, os
fundos de pensão passarão a deter um controle de mais de 57,7% do aeroporto. O
governo dinamarquês continuará com uma participação de quase 40%.
O
acordo evidencia a importância das relações entre os principais investidores do
mercado privado mundial. A Macquarie planejava vender sua participação no
aeroporto há vários meses, tendo sido obrigada a oferecer o negócio primeiro ao
fundo dos professores devido a direitos de preferência.
O
OTPP, que já possuía fatias de diversos aeroportos em toda a Europa, não queria
ampliar seus investimentos. No entanto, o fundo de pensão sediado em Toronto acabou
atuando como intermediário entre o ATP e a Macquarie a fim de garantir um
parceiro com princípios semelhantes que fosse amplamente conhecido e respeitado
no mercado dinamarquês. Isso pode vir a ser uma vantagem, já que o aeroporto
continua recebendo volumes consideráveis de capital, estando submetido a um
extenso programa de reformas sob rigorosa supervisão do regulador
Nos investimentos em infraestrutura, é desejável o
alinhamento entre parceiros que tenham aspirações, expectativas e metas de
crescimento similares para o ativo. A cidade de Copenhague tem angariado
esforços para se tornar um polo do transporte aéreo europeu, aumentando o
número de voos e passageiros domésticos e internacionais que passam pelo
terminal a cada ano. A proposta é elevar a capacidade do terminal dos atuais 29
milhões de passageiros/ano para 40 milhões de passageiros por ano, reduzindo,
ao mesmo tempo, as taxas cobradas.
“O aeroporto de Copenhague é uma das peças-chave da infraestrutura
dinamarquesa e estamos orgulhosos de ser um de seus gestores”, disse Christian
Hyldahl, CEO do ATP Group, em comunicado.
“Estamos empenhados em trabalhar em conjunto com todas as partes interessadas
para desenvolver o aeroporto e contribuir para que ele continue a ser um hub de transportes do norte da Europa,
beneficiando, assim, tanto os cidadãos dinamarqueses quanto os participantes do
ATP.”
Ao redor do mundo, os investimentos em infraestrutura estão
cada vez mais competitivos. Os ativos associados a serviços básicos, com fluxo
de caixa contratado e regulamentado, estão entre os mais atraentes para os
investidores.
Para
os fundos de pensão que procuram um investimento com características similares
à renda fixa em um ambiente de baixa taxa de juros, esse tipo de participação é
particularmente atrativo. Os aeroportos são um pouco diferentes porque são
relativamente escassos e oferecem potencial de crescimento não só pelo aumento
global das viagens, mas também pelo desenvolvimento de oportunidades comerciais
no varejo, como estacionamentos e hotéis.
O OTPP e a Macquarie têm um longo histórico conjunto de
investimentos em aeroportos. O fundo de pensão adquiriu uma participação no
aeroporto de Copenhague em 2011, após ter aceitado negociar com uma divisão da
Macquarie. O fundo abriu mão de sua participação de 11% no aeroporto de Sidney,
Austrália, além de pagar US$ 780 milhões em troca de participações nos
aeroportos de Bruxelas e Copenhague.
Desde então, o OTPP mantém uma estratégia ativa de
investimentos aeroportuários, tendo criado uma subsidiária dedicada à aviação
chamada Ontario Airports Investments Ltd.
para supervisionar seu portfólio, além de estudar outras oportunidades de
aquisição. Atualmente, o fundo possui participações nos aeroportos London City, Bristol, Birmingham,
Bruxelas e Copenhague.
The Globe and Mail