Fundos de cobertura, infraestrutura e ativos
alternativos estão entre as mudanças anunciadas pelo fundo de pensão sueco SPK,
que realizou uma completa reforma em sua estratégia de investimento em resposta
às baixas taxas de juros e novo regulamento.
O fundo de pensão do setor bancário (€2,6 bi
sob gestão) abandonou a estratégia de investimento anterior, que consistia num
portfólio composto por títulos do governo (70% ) e ações, em prol de uma abordagem
mais diversificada e moderna.
Peter Hansson, executivo-chefe da SPK,
afirmou: “Essas são as maiores mudanças já feitas na história do fundo. A nossa
alocação mudou completamente. Temos agora cerca de 10 classes de ativos ao
invés de apenas duas.”
Em função da nova estratégia, o SPK também realizou
uma ampla remodelagem do seu quadro de gestoras de ativos. O fundo não apenas
dividiu o portfólio em partes, visando a credibilidade e melhores retornos, como
também diversificou sua alocação. Os primeiros investimentos em infraestrutura,
imóveis, fundos de cobertura e ativos alternativos já estão sendo feitos.
Parte dos ativos dedicados aos fundos de
cobertura (12%) serão direcionados para estratégias diversas sob a
responsabilidade do gestor sueco Brummer & Partners.
Porém, a maior parte dos fundos será alocada
na estratégia chamada ‘alternative risk
premia’ - a última moda em gestão institucional de ativos. “A indústria de
fundos de cobertura é, em geral, muito cara. Por isso tentamos ser criativos e
procurar estratégias diferenciadas para obter retornos semelhantes, mas a
custos mais baixos”, explica Stefan Ros, CEO da SPK.
Outros investidores nórdicos como o
dinamarquês PKA e o fundo estatal sueco AP2 estão entre os primeiros a apostar nas
estratégias de ‘alternative risk premia’.
Hansson salienta que a introdução desse tipo de estratégia cortou os custos
pela metade em comparação aos fundos de cobertura tradicionais.
Devido à longa duração dos ativos e passivos
do SPK, a regulação forçava o plano a ter grande parte de seus ativos investidos
em dívida pública sueca de longo prazo. Uma nova curva de desconto introduzida
no fim do ano passado, porém, reduziu a volatilidade e abriu o SPK a novos
investimentos, explicou Hansson. O anúncio da nova estratégia de investimento da
SPK marca o fim de um longo e intenso processo que começou há um ano e meio.
Uma das mudanças mais significantes, de
acordo com Ros, foi a transformação do portfólio de renda fixa do fundo. “A
sequência natural para quem investia apenas em títulos públicos e imobiliários
no mercado doméstico seria optar pelo equivalente estrangeiro”, disse Ros. “Mas
nós decidimos ir além. Investimos num fundo da Goldman Sachs que inclui tudo o
que você puder imaginar, incluindo dívida de mercados emergentes. “É um mandato
amplo e fortemente monitorado que acreditamos ter potencial para gerar bons
retornos num cenário de taxa de juros crescente.”
Cinco gestores de ativos – Danske Bank, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JP Morgan e Nordea – têm dado
assistência ao fundo e ajudaram a moldar a nova estratégia. O objetivo é obter
retornos de 5,5% num período de dez anos. “Tivemos a oportunidade de recomeçar
do zero”, disse Hansson. “Tem sido uma jornada fantástica.”
Wiser, IPE